“A cidade de Nova Iorque compreende cinco distritos no encontro do rio Hudson com o Oceano Atlântico. No centro da cidade fica Manhattan um distrito com alta densidade demográfica que está entre os principais centros comerciais, financeiros e culturais do mundo.
Entre os seus pontos emblemáticos, destacam-se arranha-céus, como o Empire State Building e o enorme Central Park.
O teatro da Broadway fica no meio das luzes de neon da Times Square.”
Faz agora um ano que contraí a COVID-19 e após uns dias de isolamento em casa fui internado no Hospital de S. João no Porto.
A cidade do Porto, situada no norte de Portugal tem uma área vinte vezes inferior e uma população 40 vezes inferior a Nova Iorque.
Ambas são banhadas pelo Oceano Atlântico e ambas têm ligações de referência com os seus rios – Hudson e Douro.
As comparações entre as duas cidades são meras coincidências e só as faço porque a cidade do Porto, mesmo fora da época de Natal, só tem as luzes de neon de Nova Iorque na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de S. João que fica na freguesia de Paranhos desta cidade.
No meu primeiro texto – NOVA IORQUE- ainda eram as emoções que influenciavam o texto e não a consciência clara do que tinha acontecido.
Há coisas que hoje mantenho e reafirmo – uma UCI (Unidade de Cuidados Intensivos), como a do HSJ, tem as luzes de Times Square, em menor quantidade, com certeza, mas de inegável qualidade e valor na defesa da vida através do tratamento das doenças, nomeadamente da COVID-19.
O meu testemunho continua sendo o mesmo no essencial.
Infelizmente a COVID-19 veio para ficar e mesmo com a descoberta das vacinas a situação ainda não está normalizada.
6 dias após a minha saída do Hospital, (após 13 dias em cuidados intensivos), foram administradas em Portugal as primeiras vacinas (27/12/2020).
Hoje, decorrido um ano, há portugueses não vacinados e pior do que isso há portugueses que não querem ser vacinados.
Todos nós, todos os dias, desde que nascemos, além das vacinas “obrigatórias”, por razões de saúde pública, tomamos as outras vacinas todas que os nossos interesses pessoais determinavam, desde a frequência de escolas ou até para viajar para o estrangeiro em trabalho ou turismo.
Mas agora não.
Hoje, temos democracia, temos liberdade e por isso tudo o que for obrigatório dizemos NÃO.
E o contágio dos nossos filhos, dos nossos irmãos, dos nossos pais, dos vizinhos e dos nossos colegas de trabalho?
Para isto, também temos democracia e liberdade e podemos dizer SIM. Vacinação obrigatória - SIM.
Haverá casos que os benefícios da vacina serão inferiores aos malefícios que a sua toma possa originar. Para isso os médicos estarão lá para determinar o melhor caminho.
Passados estes meses continuo a ser acompanhado por diversas especialidades do HSJ e tento ajudar com a minha experiência e testemunho todo o estudo necessário para que a pandemia termine.
Finalizo com o meu agradecimento renovado a todos aqueles que contribuíram para que a minha doença fosse debelada e pudesse voltar para junto daqueles que mais amo.
Nenhum político, de qualquer quadrante ideológico, tem a solução mágica para erradicar a pandemia. Os avanços e recuos vão acontecendo por todo o lado e, dentro das possibilidades económicas de cada país, as soluções serão encontradas.
Como também já constatamos e como noutras áreas da vida humana os pobres vão continuar menos ricos e os ricos menos pobres.
Cuidem-se. Protejam-se. Vacinem-se.
No "presépio" deste ano coloquem os burros, as vacas e os NÃO vacinados bem longe do "MENINO" e assim teremos todos um Bom Natal.
Justino Soares
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