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A mostrar mensagens de outubro, 2021

MERCEDES?

OS CICLOS, OS RITUAIS E AS ROTINAS FAZEM PARTE DE UMA VIDA SAUDÁVEL

  Esta época do ano traz-me sempre à memória cheiros e cores, muitos da minha infância, mas também de toda a vida. O cheiro da marmelada acabada de fazer, o das primeiras chuvadas, a terra molhada, o das uvas vindimadas ou das castanhas nos assadores espalhados pela cidade… ou a recordação do cheirinho de Violetas que mulheres com cestas cheias de raminhos vendiam perto do mercado do bolhão. A sensação gostosa do ar fresco pelas manhãs a bater na cara e que nos desperta os sentidos. Que bonito ver o rodopiar das folhas que as árvores despiram e com as quais o vento adora brincar.  A natureza que se transforma numa tela pintada de amarelo, laranja e vários tons de vermelho.  Os dias, na sua luz diurna, vão diminuindo, convidando a recolher a casa mais cedo. A meio do outono surge para muitos o primeiro e talvez o maior encontro familiar do ano, o dia dos fiéis defuntos, usado por muitos que se deslocam ao longo do país para visitarem os seus entes queridos desaparecidos. É muitas vezes

AMOR E GLAMOUR

  Quando completei o 12º ano, por questões que não vou aqui referir agora, decidi ingressar no mercado de trabalho. Sim, decidi, mas não sabia bem o que queria fazer ou para que é que tinha “jeito”. No meu grupo de amigas eu sempre fui a que zelava pela beleza delas. Tratava das sobrancelhas, da maquilhagem e das mãos. Gostava imenso do que fazia e do resultado que via no final. Um dia, ao ler os anúncios de emprego no Jornal de Notícias, vi que uma cabeleireira muito perto da minha casa, precisava de uma manicure. Levantei-me de imediato da mesa de café, onde me encontrava e, sem mais demora, fui até aquele salão. A proprietária disse-me que não me poderia atender sem marcação e por isso mesmo tinha posto anúncio para que as pessoas respondessem e depois ela marcasse as entrevistas, se fosse caso disso. Ia tão alegre para lá e voltei tão cabisbaixa para casa… Conto à minha mãe o que se passou e ela, que sempre me quis ver como recepcionista num consultório médico ou num escritório de

A NOSSA MOCHILA

  Como é do conhecimento de cada um de nós, somos um conjunto de genética e de hereditariedade. Somos resultado do meio onde estamos inseridos e onde nos vamos moldando.  Há um conjunto de experiências que nos marcam positivamente ou negativamente. Um emprego de sonho, ser pai / mãe, escrever um livro, atingir um objetivo a que nos propomos são exemplos disso mesmo.  E o que dizer de tudo o que guardamos após o vivenciar de uma experiência?  Em setembro entreguei a minha dissertação de mestrado para avaliação e posteriormente ser defendida publicamente. E que experiência! Terminei a sua elaboração e com isso veio o balanço: exausta, mas com o dever cumprido! Foi um objetivo a que me propus e consegui.  Foi difícil. Desistir surgiu muitas vezes como a única solução. Trabalhar e estudar numa fase tão avançada como é um mestrado e com tudo o resto que a vida nos obriga a fazer é deveras aliciante. Noites muito mal dormidas, sonhos com partes de capítulos, refeições nada saudáveis e muitas

O SALÁRIO EMOCIONAL

  Fazendo um zapping um destes dias, dei com um grupo de pessoas comentando as suas “irritações” da semana. De entre as diferentes “irritações” que fui ouvindo, uma despertou a minha atenção. Tratava-se do salário emocional que, segundo um dos participantes, o irritava solenemente. Mas afinal o que será isto do salário emocional?  Há quem refira que é actualmente uma das questões mais discutidas na gestão de pessoas. O salário emocional não vem refletido na nossa folha de vencimento. É diferente de pessoa para pessoa, já que trabalha com as emoções de cada um. Há diferentes formas de premiar o desempenho dos colaboradores, traduzindo-se no surgimento de emoções positivas, distintas. Já lá vai o tempo em que os salários acima da média eram garantia de retenção de talentos. Hoje, quando as pessoas se candidatam a um lugar numa empresa, olham obviamente para aquele que poderá vir a ser o seu salário monetário mas, grande parte delas, olha também, para o salário emocional, igualmente facto

A FORÇA DE ABRAÇO

A “Maria” é agora minha colega de trabalho, mas conheço-a desde há muitos anos, era ela ainda muito jovem. Entretanto, casou e teve 2 filhos, uma menina de 10 anos e um rapazinho mais novo. Refere-se à filha, como “a minha princesa”, e deixa-me de coração cheio quando me fala deles e da sua felicidade. A família é a prioridade da “Maria”, e ter mais tempo para os filhos fez com que tenha inclusivamente já mudado de emprego. “Eles crescem muito depressa e não terei outro tempo para isso”, diz-me repetidas vezes. Sensivelmente há 3 semanas, acontece uma desgraça e a ”princesa da Maria” morre subitamente, junto dos pais e do irmão, quando nadava na praia, à vista de todos. Não interessam aqui as causas do sucedido, embora se pense ainda que poderão ter sido do foro cardíaco, já que existe na família história de casos idênticos.  Enchi-me de coragem e fui fazer-lhes companhia na manhã do funeral. De pé, junto ao féretro, cumprimentavam todos os que numa fila interminável lhes queriam mostr