Ontem, durante cerca de 90 minutos, esqueci-me de tudo o que de menos bom tem andado a sobrevoar a minha vida. Fui transportada para os anos 80. Rejuvenesci por alguns momentos, dei comigo a cantar, a mover o meu corpo à medida que a música ia ganhando espaço na tela.
Não senti problema algum ao tomar consciência do que estava a acontecer comigo pois, atrás de nós, não tínhamos ninguém e, à frente, bem mais à frente, apenas mais duas pessoas. Ao todo, eramos quatro numa sala de cinema. Aí sim, senti alguma tristeza, mas, se calhar o horário também não ajudou. Eram 12.50H quando a sessão iniciou.
Fui ao cinema ver o BEM BOM. Este filme é português, realizado por uma mulher – Patrícia Sequeira, a quem aproveito para parabenizar, e conta o sucesso da girlsband DOCE.
Conta a história de quatro jovens raparigas que quando apareceram (anos 80), escandalizaram o nosso País, sobretudo pela forma como se vestiam e pelas canções que interpretavam.
Relata também o drama de quem, por uma questão de ética e profissionalismo, se vê obrigada a subir a um palco no preciso momento que tem conhecimento da morte da sua mãe.
Mostra-nos e choca-nos com o relato dum boato lançado por um “suposto” médico do Hospital Santa Maria, que perdura até hoje, apesar de se ter provado que era tudo mentira.
De qualquer forma, as DOCE trouxeram alegria, espalhafato, mostraram ousadia, correram riscos, serviram de exemplo para muitas mulheres. Elas tornaram-se num fenómeno de popularidade. Uma pedrada no charco nos anos 80.
A interpretação a cargo das jovens atrizes Ana Marta Ferreira, Bárbara Branco, Carolina Carvalho e Lia Carvalho está extraordinária. Elas conseguem transportar-nos à realidade daquela época e à forma como a mulher era então vista, tratada e considerada. Passaram quatro décadas e em algumas coisas, atrevo-me a dizer que as diferenças para a actualidade, não são muitas…
Recomendo. Vale a pena ver!!!
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