Em saúde, é esperado que um bom profissional detenha a sabedoria e conhecimento suficiente, seja empático e atento; em trabalhos de mecânica, é esperado que efetue o serviço responsavelmente e sem pedir dinheiro além da conta; num qualquer serviço, é esperado que o atendente seja célere, cordial, empático e diligente. Mas será só isto? Será que ser profissional em qualquer função tem outras características?
Ora bem, estou numa etapa importante e a finalizar um projeto académico. Tenho quem me oriente. Tenho plenas ideias do que é necessário fazer.
A minha questão, e que deverá ser a questão de muitos estudantes por este país fora, é: quais as características de um (bom) orientador académico? Aqui, como funciona o profissionalismo? Como deverão funcionar as reuniões de tutoria? Como deverá ser organizado o trabalho?
Deparo-me com estas questões e tenho algumas respostas - não que sejam unânimes entre alunos, mas que para mim fazem todo o sentido. Um orientador deverá ser isso mesmo, um elemento que orienta outro. Um elemento que pela sua competência académica deverá saber aconselhar o aluno e o dirigir o tema.
O compromisso que é celebrado de parte a parte, é de definir objetivos, tema, recolha de dados, literatura, revisão da arte, tratamento de dados, discussão e conclusão… e deverá ser levado até ao final com a impressão do trabalho e entrega na respetiva secretaria académica.
A meio deste trabalho, as regras não deverão ser alteradas, as orientações devem ser claras e concretas. O orientador deve ter a sensibilidade de guiar o pensamento do seu aluno, de perceber até que ponto é exequível o que se propõe fazer e se a outra parte está recetiva e com as ideias tão claras.
Não se trata de facilitismo, mas e quando se trata de complicar? Quando se trata de resolver falhas de comunicação? Quem se deve impor no meio de toda esta situação? Quem deve realmente agir perante divergências?
Aqui, entra o profissionalismo: aluno e orientador podem, eventualmente, estabelecer uma relação de confiança e de quase-amizade, mas antes de tudo isso, olhar para o outro e estabelecer limites - e isto é algo que ambos constroem? Perceber se tudo está bem para que o trabalho não seja afetado com vieses, mas mantendo as regras iniciais (salvo raras exceções, alteram-se).
Neste ponto, permito-me falar do profissionalismo esperado: coerência, sabedoria, apelar à descoberta, lançar desafios exequíveis, motivar o pensamento crítico, fomentar questões, orientar o desenrolar do trabalho escrito, manter a cordialidade e acima de tudo, praticar a empatia. Fornecer feedback, preparação para reuniões e outros pontos semelhantes são de extrema importância.
E por aí? Quem se revê nestas questões? E quando não há profissionalismo? Como se resolve?
mjsoares
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