Há algumas semanas o meu marido e eu fomos passar uns dias a Fafe, por motivo algum em especial mas porque temos por hábito escolher uma cidade pequena mas acolhedora para explorar. E foi o que fizemos por lá.
Instalamo-nos no Flag Hotel e adoptamos o restaurante Adega Popular como local para todas as refeições. E que bem comemos.
Estava muito calor. Era Agosto. Fafe tem esplanadas em todos os cantos. Maravilha.
Estávamos nós numa dessas esplanadas quando reparei que numa mesa próxima estavam duas jovens senhoras numa alegre cavaqueira pois estavam a visualizar qualquer coisa num tablet. Continuei a conversar com o meu marido e quando volto a olhar para elas, o que vi?
Junto e chegadinha a elas estava uma cigana. Uma típica cigana. Meia idade, toda vestida de preto. Segurava na mão de uma delas e lia a sina. E elas riam, riam muito.
E onde está a admiração?
Eu pensava que as ciganas já não liam a sina a ninguém nos dias que correm. Mas não. Ali estava ela a alimentar sonhos ou a destruir relações conjugais. Quem sabe?
Distanciamento social não houve. Mão na mão. Sem máscaras. Mas quiçá, além do vírus, terá alguma delas ficado infectada psicologicamente com as palavras daquela figura imponente, de negro vestida?
Há quem acredite, há. Será que aquelas jovens senhoras foram para casa mais leves ou mais pesadas? Elas assim o quiseram.
(EFS)
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