Caros leitores, esta reflexão surge no momento crítico que o Mundo atravessa. Falo do medo, do pânico, da sensação de inutilidade e do atentado à nossa vida. Isto acontece por causa da COVID-19, o nosso coronavírus que atingiu a população humana um pouco (muito) por todo o lado.
Engraçado, não é? Não, não é. Todos nós ouvimos muitas vezes o discurso e as várias frases “feitas” que são muito bonitas. Assim como os ditados populares. “Quem não tem tempo para cuidar da saúde, vai arranjar tempo para cuidar da doença!”; “Nossa civilização está sendo sacrificada pelo interesse de um pequeno grupo de pessoas em continuar recebendo enormes quantias de dinheiro.” dizia Greta Thunberg ou então, “Até vocês começarem a focar no que é preciso ser feito em vez do que é politicamente possível, não há esperança.” E não é que a COVID-19 veio ajudá-la nestes avisos, verdadeiros e assustadores? Pois então, vemos notícias de todo o mundo e todo esse mundo está em suspenso. Não há carros, autocarros, comboios, metro, taxis, Uber, aviões nem pessoas a deambular (há, mas não devia). E por causa desta suspensão vemos no infinito coisas que antes não víamos. Vemos animais a retomar o seu território. Vemos os bens essenciais a aumentar de preço. Vemos os combustíveis a baixar os seus valores. Vemos lojas de equipamentos informáticos a ficarem vazias de computadores e de impressoras. Não há aulas como até 13 de Março conhecíamos. Não há movimentos de pessoas a trabalhar como até ao início do mês de Março. Não há passeios em família ou com amigos. Não há restaurantes abertos. Não há lojas de roupa abertas. Não há discotecas ou bares abertos. Não há farras. Não houve Páscoa e não houve compasso. Não há abraços nem cumprimentos de mão. Mas…
Há tempo! Há reinvenção de cada um de nós, há reinvenção de métodos de trabalho à distância, há telescola, há serviços mudados para fabricarem equipamentos de proteção individual, há aperfeiçoamento das técnicas culinárias, há tempo passado com a família chegada, há jantares sociais através de computadores, há vídeochamadas para vermos quem temos mais longe, há casas desinfetadas com lixívia, há consciência social das necessidades dos vizinhos, há encontros às janelas e às varandas e há música!; há uma cadeia de interajuda, há um conjunto novo de consciencialização de que as mãos tocam em tudo e que são as transmissoras de tudo; há a noção que os espirros e as tosses contaminam os outros, há uma correta higienização das mãos, roupa e calçado.
E há amor! Há cedências, compreensão, carinho, força antes do desespero de dias intermináveis fechados em casa, há brincadeiras, risadas e silêncios. Há descanso e há imaginação.
Se não há, vamos inventar e criar. O que quiserem. Mas nunca se esqueçam da resiliência que tanto nos caracteriza como bom povo Português!
#vamostodosficarbem
mjsoares
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