Faz precisamente hoje 37 anos que a nossa história de amor começou. Já nos conhecíamos mas, ambos tínhamos os nossos compromissos e pelo menos a mim, nunca me tinha passado pela cabeça que iríamos viver um romance tão bonito, embora com situações muito dramáticas e dolorosas pelo meio.
A amizade foi ficando cada vez mais sólida. A cumplicidade foi-se instalando e sem saber bem como, começo a “ver-te” em todo o lado. A querer ouvir a tua voz. A querer ouvir a tua gargalhada, que tão bonita era e ainda continua a ser! A sentir algumas borboletas no estômago, nos momentos que antecediam os nossos encontros.
Ambos, já pais, estaríamos conscientes das dificuldades que iriamos enfrentar?
Fomos acarinhados por muitas pessoas mas também sentimos o peso da responsabilidade do grande passo que decidimos dar. Foram momentos de grande dor, misturados com momentos de grande felicidade e alívio.
Durante anos, sentimos a chantagem que os nossos filhos e não só, faziam sobre nós. Fingíamos que não era bem assim. Afinal eles eram pequenos e não poderiam estar a ter tais comportamentos, que só os adultos, mal formados, têm. Havia que ultrapassar. Só não sabíamos era bem como.
Sentimos dificuldade em partilhar uma casa. Estávamos habituados à nossa independência. Os pequenos pormenores passaram também a fazer a diferença… Aqui fica um pequeno exemplo: a tampa da sanita nunca era descida, após ser utilizada. Eu chamava a atenção, mas na vez seguinte, tudo voltava à situação inicial. Até parecia que não era ouvida. Afinal para mim, aquela era uma coisa tão simples de executar e, como esta, outras situações foram tendo lugar.
Depois, a pouco e pouco e com as adversidades que íamos tendo de enfrentar em conjunto, fomos deixando para trás situações como esta que expus ultimamente e fomos, lado a lado, construindo o nosso caminho em conjunto.
Crescemos juntos. Aprendemos a envelhecer juntos. Aprendemos a apoiar-nos reciprocamente. Enfim, fomos solidificando a nossa tão bonita história de amor.
Os anos foram passando. Hoje completamos o nosso 37º aniversário.
Quem não acreditava nesta relação, foi-se conformando e percebendo que ninguém consegue mandar no seu coração, nem nas escolhas que o mesmo nos obriga a fazer.
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