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A mostrar mensagens de julho, 2021

MERCEDES?

FUI CUIDADORA (PARTE I)

Fui cuidadora de cinco pessoas, cada uma a seu tempo. Foram momentos muito difíceis pelos quais passei mas considero que dei o meu melhor para as ajudar embora bem no fundo do meu coração ache que podia ter feito sempre mais e melhor. Era eu ainda jovem, na casa dos 30 quando a minha mãe adoeceu. Sendo filha única não reparti com mais ninguém a função de cuidadora. Fui eu sozinha. A lei da altura permitiu me suspender a minha actividade profissional para ficar em casa dedicada à minha mãe. Foi um período curto uma vez que teve de ser internada no Hospital de São João. Infelizmente, desde que a doença da minha mãe se manifestou até ao seu falecimento foram só dois meses. Senti me perdida, sem ela a meu lado. O meu filho tinha apenas dois anos de idade e era o único neto. Naquele dia de manhã  fui, como era habitual, com o meu filho visita lá ao hospital e foi lá, nesse momento, que me deram a notícia. Ouvi de algumas pessoas que estavam internadas na mesma enfermaria que a minha mãe se

O FILHO

Como já é hábito, penso muito sobre tudo o que vivo e presencio. Em conversa com uns amigos, tocou-se num ponto importante para muitos deles: os filhos e a sua independência.  O que é que se falou? Pois bem, o desejo dos pais é que a criação da sua descendência seja feita com o objetivo de os tornar independentes e autónomos. Resultado: identificou-se um problema com várias razões subjacentes: os perigos, os caminhos longínquos para a escola – centro de estudos – piscina – karaté – e todas as atividades que os seus filhos frequentam. É de facto complicado fazer face a todas estas necessidades. E há 30 anos como era? Havia menos atividades nos períodos pós-escolar; havia (?) mais avós disponíveis porque também eles vinham mais cedo para casa reformados; havia mais tempo – não havia redes sociais.  As redes sociais têm muitas vantagens quando são usadas em prol das nossas reais necessidades: procura de emprego através de publicidades e anúncios, saber da perda de alguém que já nos foi pr

BEM BOM

Ontem, durante cerca de 90 minutos, esqueci-me de tudo o que de menos bom tem andado a sobrevoar a minha vida. Fui transportada para os anos 80. Rejuvenesci por alguns momentos, dei comigo a cantar, a mover o meu corpo à medida que a música ia ganhando espaço na tela. Não senti problema algum ao tomar consciência do que estava a acontecer comigo pois, atrás de nós, não tínhamos ninguém e, à frente, bem mais à frente, apenas mais duas pessoas. Ao todo, eramos quatro numa sala de cinema. Aí sim, senti alguma tristeza, mas, se calhar o horário também não ajudou. Eram 12.50H quando a sessão iniciou. Fui ao cinema ver o BEM BOM. Este filme é português, realizado por uma mulher – Patrícia Sequeira, a quem aproveito para parabenizar, e conta o sucesso da girlsband DOCE.  Conta a história de quatro jovens raparigas que quando apareceram (anos 80), escandalizaram o nosso País, sobretudo pela forma como se vestiam e pelas canções que interpretavam. Relata também o drama de quem, por uma questão

Simplesmente BOM DIA!

Nove horas da manhã. Estaciono o carro e saio para o parque de estacionamento do meu serviço que, àquela hora, apesar de cheio de automóveis, não tem mais viv'alma que, para além de mim, um jovem que transpôs o portão e se encaminha tal como eu para a porta de entrada. Enquanto tiro do carro a minha carteira, preocupo-me em olhar para ele, de modo a cumprimentá-lo desejando-lhe um bom dia, como faço sempre, tanto mais que presumo (e bem, como vim depois a confirmar), tratar-se de um colega de trabalho. O jovem, de mochila às costas, com o olhar pregado no chão que pisa, perante o meu alegre cumprimento, responde, sem levantar os olhos, qualquer coisa parecida com um "grunhido", mas que com muito boa vontade interpreto como "bum dia", e segue em frente, como se eu o tivesse incomodado, forçado a acordar para o mundo, a uma hora a que provavelmente gostaria ainda de ainda estar na cama. Perante tal postura, pergunto à colega que está de serviço na receção, se é co