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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2021

MERCEDES?

TELETRABALHO

Devido à pandemia, também a minha empresa se adaptou à nossa nova realidade. Deixei as instalações do escritório de advogados a 13 de março de 2020 e nunca mais lá voltei a não ser a 8 de junho de 2020 para ir buscar os meus equipamentos para iniciar o trabalho remoto.  Estou assim desde essa data e sem previsão de quando poderei regressar. Estou bem, mentalmente ativa e saudável (tirando as minhas maluqueiras do costume) mas fisicamente exausta.  Não apanho trânsito e o meu trabalho é muito mais rentável em casa. Não trabalho mais horas, mas as horas de trabalho efetivo são bem mais produtivas.  Tenho toda a vida doméstica orientada e o trabalho também. Todos os dias mantenho a minha rotina de preparar e tomar o pequeno almoço e arranjar-me como se fosse trabalhar para o escritório – acredito que isto é benéfico para manter a saúde mental e a mente ativa.  Mas e o resto? Não tenho as pausas com os meus colegas que se tornaram amigos, não tenho uma hora de almoço animada como tinha qua

SENTIR DE PERTO A COVID-19

O telemóvel toca uma e outra vez. Acordamos em sobressalto, e enquanto olho o mostrador do relógio e percebo que são 4h30 da manhã, o meu marido atende o amigo que nos liga, e que só pode ser por uma urgência, pois nunca o faria se assim não fosse. Apercebo-me de frases entrecortadas por soluços e, ao meu lado, o meu marido, depois de uma exclamação inicial de incredulidade, fica em silêncio, enquanto lhe correm lágrimas pelo rosto. Quero que me diga o que passa, mas ao mesmo tempo receio confirmar o que penso ter percebido. Infelizmente não há que duvidar. Aconteceu mesmo, e aquele foi um telefonema que não queríamos receber… Uma das nossas grandes amigas morreu, e morreu de forma repentina, sem um sinal, sem um qualquer aviso prévio. Partiu e nunca mais veremos os seus olhinhos brilhantes de alegria sempre que nos encontrávamos, nem ouviremos as suas gargalhadas contagiantes, de uma inocência sem par. Viremos a saber mais tarde que, quer ela, quer os seus pais, nossos irmãos de coraç

NOVA IORQUE

A história de uma vida não é a mesma coisa  que a vida de uma história. Por isso, há os testemunhos de vida que mais não são do que retalhos, resumos das coisas,  dos acontecimentos que mais influenciaram os nossos sentimentos e emoções no nosso percurso. Nova Iorque é o título para este testemunho sobre uma superação do SARS-COV2 e da respectiva doença COVID-19. Em finais de Novembro último, quase a completar 65 anos e 1 mês de vida, apareceram-me sintomas de extremo cansaço, prostração e febre. Seguimos os trâmites normais nestas situações, recorremos à Saúde24 e em 2 dias tinha saído o resultado: POSITIVO PARA COVID-19. Isolamento, confinamento, tratamento em casa, mas a febre e o cansaço não davam sinais de abrandamento. Dia 8 de Dezembro. Dia da Imaculada Conceição - Mãe das mães. INEM, Urgência Hospital de S. João e Internamento. Eis-me chegado ao tema deste testemunho. Nova Iorque. Não conheço a cidade, a metrópole, o país, mas sabemos da grandiosidade, do movimento, da luta pel

UPLOADING4EVER

Quando eu e a minha amiga Tomásia iniciámos este blog tivemos um de entre outros propósitos, o de darmos voz a todas as pessoas que quisessem participar, o de marcarmos pela diferença e, se possível, deixarmos algumas sementinhas, aprendendo e muito, com quem nos segue. Já lá vão dois anos e é com muito orgulho que podemos transmitir que passámos  a ter um grupo regular de pessoas que nos transmitem, semana após semana, os seus ensinamentos, as suas experiências, desejos, lembranças, etc. Que possamos continuar nesta senda e que sejamos cada vez mais e melhores, é o que pretendemos. Aproveitamos para lançar o desafio aos nossos seguidores, para partilharem connosco opiniões, inquietações, reflexões, entre outros.  Acabámos de dizer adeus a 2020, ano que mexeu, e de que maneira, com todo o mundo e com cada um de nós. Em mim, posso transmitir-lhes que houve uma transformação gigante e apesar de pensar que na vida que ainda me resta, não terei de enfrentar uma pandemia tão devastadora e u

O MEU NATAL

Não resisto a escrever sobre o natal, porque a cada dia que passa me apercebo do quanto era diferente o meu natal, num tempo em que tudo para mim era magia e felicidade, num tempo em que me bastava olhar o meu pai e a minha mãe para me sentir a pessoa (criança) mais rica e mais feliz do mundo. Éramos uma família simples, de uma freguesia rural, daquelas em que a mãe cuidava das lides domésticas, e o pai, nestes dias, regressava a casa tarde, pois aproveitava para vender um pouco mais e, por isso, fechava a “mercearia” de que era proprietário, na cidade, bastante mais tarde do que o habitual.   Na noite de natal, o pai trazia nozes, figos e deliciosos chocolates Regina, em forma de coração e de guarda-chuva. De os lembrar, quase salivo. Não havia televisão, e música só a que o Rádio Club de Angra emitia, à qual acho que ninguém prestava grande atenção. Não havia presentes embrulhados pelas mãos das meninas das lojas, de forma impessoal. Não havia muitas iguarias a encher a mesa que agua