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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2020

RESULTADO DUMA QUEDA... PARAGEM FORÇADA E OBRIGADA

ALGURES EM FAFE

Há algumas semanas o meu marido e eu fomos passar uns dias a Fafe, por motivo algum em especial mas porque temos por hábito escolher uma cidade pequena mas acolhedora para explorar. E foi o que fizemos por lá.  Instalamo-nos no Flag Hotel e adoptamos o restaurante Adega Popular como local para todas as refeições. E que bem comemos.  Estava muito calor. Era Agosto. Fafe tem esplanadas em todos os cantos. Maravilha. Estávamos nós numa dessas esplanadas quando reparei que numa mesa próxima estavam duas jovens senhoras numa alegre cavaqueira pois estavam a visualizar qualquer coisa num tablet. Continuei a conversar com o meu marido e quando volto a olhar para elas, o que vi?  Junto e chegadinha a elas estava uma cigana. Uma típica cigana. Meia idade, toda vestida de preto. Segurava na mão de uma delas e lia a sina. E elas riam, riam muito.  E onde está a admiração?  Eu pensava que as ciganas já não liam a sina a ninguém nos dias que correm. Mas não. Ali estava ela a alimentar sonhos ou a d

SAUDADE

Às vezes vemos ou ouvimos pessoas já com uma certa idade a falar de seus pais falecidos há bastante tempo e falam de uma maneira como se estivessem estado com eles há relativamente pouco tempo. E é verdade. Seria suposto que, com o decorrer dos anos, a saudade fosse diminuindo. A nossa dor fosse atenuando. E o esquecimento surgindo. Mas não. A minha mãe faleceu há quarenta anos e o meu pai há doze. E eu, já sexagenária, sinto como se ainda estivesse jovem com eles ao meu lado. Tudo passa diante dos meus olhos como se fosse actual. Consigo reviver cada situação com eles ao pormenor. Quando tenho algum problema, quando tomo uma decisão, quando fico indecisa face a qualquer imprevisto, penso sempre como é que eles me iriam ajudar.  E quando recordo a nossa vida em comum, nós os três - sou filha única - sempre juntos para todo o lado. Sempre em sintonia quanto a uma simples compra, a uma simples saída em passeio. Passeamos muito. Todos os fins de semana, umas vezes ao sábado outras ao domi

"COLINHO"

Dadas as circunstâncias, são desaconselhadas todas as formas de toque como o beijo ou o abraço, e incentivado o distanciamento. Mas como se nega um colinho quando se está a trabalhar rodeado de pequenas vidas que na inocência da sua infância, nos procuram em bicas de pés a pedir colinho (seja por carência, porque se magoou ou pela birra do sono)? Como se recusa receber nos nossos braços um ser que passa parte do seu dia ao nosso lado e confia em nós? Como podemos “rejeitar” uma criança a quem por vezes acabamos de dar um “ralhete” e se nos lança ao pescoço e se enrosca a tentar entrar-nos pelo coração dentro? Ou outras (por vezes em batalhão), que quando chegamos e manifestando a alegria genuína por nos ver, correm de braços abertos que rodeiam a nossa cintura e por vezes sem palavras ficam apenas a sentir-nos e a fazerem sentir-se? Por isso, coloco nas mãos de Deus, e cumprindo com o que me é possível ao máximo, destes momentos não consigo abdicar ou recusar. De coração sempre apertad

QUANDO O VÍRUS ACABAR

  Há dias em que a inspiração quer habitar em nós e há outros em que não. Hoje era um desses dias em que eu sabia que tinha de escrever um texto para o nosso blog mas, a inspiração teimava em não aparecer. Eis senão quando me enviam uma mensagem áudio, lindíssima e profunda. Um texto maravilhoso que me fez reflectir imenso e de imediato me fez sentar a escrever estas linhas. Tratava-se dum texto, lido por uma voz penetrante , onde a Covid 19 “falava” na primeira pessoa. Dizia o motivo pelo qual tinha decidido atacar-nos, o momento, o objectivo pretendido e falava sobretudo de como deveria ser o mundo depois do vírus acabar. É impressionante como cada palavra nos toca. Como me senti pequena, ao ouvir a dita mensagem. De que nos serve um vestido ou um fato “último grito”, se não podemos usá-lo. De que nos serve um carro topo de gama, se não podemos tirá-lo da garagem. De que nos serve ter o último modelo de um smartphone se não o podemos mostrar aos outros. Sim,  eram este tipo de consta