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INTERRUPÇÃO NÃO PROGRAMADA

QUANDO O VÍRUS ACABAR

 

Há dias em que a inspiração quer habitar em nós e há outros em que não. Hoje era um desses dias em que eu sabia que tinha de escrever um texto para o nosso blog mas, a inspiração teimava em não aparecer.

Eis senão quando me enviam uma mensagem áudio, lindíssima e profunda. Um texto maravilhoso que me fez reflectir imenso e de imediato me fez sentar a escrever estas linhas. Tratava-se dum texto, lido por uma voz penetrante , onde a Covid 19 “falava” na primeira pessoa. Dizia o motivo pelo qual tinha decidido atacar-nos, o momento, o objectivo pretendido e falava sobretudo de como deveria ser o mundo depois do vírus acabar. É impressionante como cada palavra nos toca. Como me senti pequena, ao ouvir a dita mensagem.

De que nos serve um vestido ou um fato “último grito”, se não podemos usá-lo. De que nos serve um carro topo de gama, se não podemos tirá-lo da garagem. De que nos serve ter o último modelo de um smartphone se não o podemos mostrar aos outros. Sim,  eram este tipo de constatações que nos iam sendo transmitidas ao longo da mensagem.

O vírus dizia-se cansado de nos ver regredir; cansado da nossa inveja social e do nosso egoísmo; cansado da nossa superficialidade e da importância do materialismo para nós. 

Dizia-se farto de ouvir as nossas queixas por questões fúteis. Farto da forma como olhávamos a vida. 

Ao longo destes meses, fui ouvindo dizer que com esta situação da Covid 19, com o confinamento e com a adopção de todas as recentes regras, todos nos tornaríamos melhores pessoas. Não, lamentavelmente não estou de acordo. Sinceramente penso que quem já era bom, tornou-se ainda melhor e quem já não era bom, ter-se-á tornado numa pior pessoa. São demasiadas emoções, demasiadas provações, demasiados momentos em que somos postos à prova.

Segundo a “mensagem do vírus”, era importante que passássemos por tudo isto para começarmos a dar valor à família, a um abraço, ao diálogo, a um aperto de mão, a um convívio com os amigos e sobretudo ao valor da VIDA.

Aconselha-nos a fazer o bem porque o bem voltará. Pede-nos que desfrutemos da natureza.

Assim sendo, o que estará para vir, só Deus saberá!


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