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A mostrar mensagens de dezembro, 2024

UMA VIAGEM DE COMBOIO

MUDANÇA

  Muda o ano, muda a hora, a estação e o clima. Muda a escola, muda o emprego, o estado civil, a morada e a cor do cabelo. Mudamos tanta coisa e tanta vez na nossa breve existência…queremos sempre mudar, querem sempre que algo mude em nós. Seja o carro, o parceiro, o país, o género ou até a nossa identidade… estamos sempre em constante busca e em constante transformação. Queremos por vezes ser o que não somos, ter o que não temos, queremos porque queremos! Pois queiramos simplesmente querer, porque enquanto temos vontades temos objetivos e impulsos para continuar a lutar, a buscar e a mudar. Que este novo ano mude em cada um aquilo que haja para acontecer, que seja realização e concretização do que está em perspetiva, seja descoberta, seja esperança, luz e bonança.  Se achas que nada muda, Muda Tu! Feliz 2025 O.C.

MEMÓRIAS E UM NATAL FELIZ

  Ao remexer numa caixa onde guardo fotografias mais antigas, salta-me à vista uma que já não via há muito tempo. Olho-a e sinto um misto de emoções. Quem lá está? Eu, uma adolescente com uns 11 ou 12 anos, os meus pais, a minha irmã Ilda e o marido, o Pedro, o meu irmão André e a mulher, a Leontina, e os meus sobrinhos, filhos da Ilda e do André. De entre eles, as mais velhas praticamente com a mesma idade que eu, e todos os outros mais novinhos. Somos ao todo 7 crianças. Estamos felizes. Percebe-se pelos sorrisos inocentes e francos que deixamos transparecer. É natal! À direita na foto, vê-se a lareira da nossa casa, onde sobressai o presépio, elaborado pelas mãos hábeis e meigas da minha querida mãe. Os adultos, de pé à volta da mesa, brindam, provavelmente à saúde de todos e à alegria de estarmos juntos. Em falta o meu irmão Carlos Alberto, que cedo emigrou para o Canadá. Apesar da distância física, ele e a Encarnação, sua mulher, são sempre referidos, nestas ocasiões, pelo meu...

PERDER UM FILHO

A dor de perder um filho deve ser enorme e avassaladora e não é algo  que vai passando com o tempo, digo isso porque eu tinha três irmãos e o mais velho, o Carlos, morreu novo. Eu sei, e os meus irmãos também, que a minha mãe nunca deixou de pensar e de falar dele. Nós brincávamos com ela e dizíamos que gostava mais dele do que de nós, mas era a dor profunda e saudade que a fazia recordá-lo. O meu pai nunca falava, mas acredito que sentisse à sua maneira. O meu tio João morreu novo, com 19 anos, o meu avô não gostava que ele jogasse futebol e, no dia que o pai o foi ver a jogar, morreu em campo, com uma bolada no peito, isso abalou os meus avós para sempre. O filho dos meus primos. Tenho amigos que sofrem a mesma dor de terem perdido um filho. Nem consigo imaginar essa dor. A morte só dói por aqueles que amamos, mas a dor dos outros só nos toca quando já a vivenciamos e sabemos o que dói, nos outros é medo e não dor o que sentem, medo que lhes possa acontecer o mesmo. A verdade é q...

A TRADIÇÃO

  Chegamos a Dezembro, mês da maior tradição em todo o mundo ocidental: o Natal. É este o meu mote de hoje: a tradição... Cresci numa família onde a tradição era sempre respeitada e neste mês então a avó levava o assunto mesmo a sério. Começávamos no dia 8, com o dia da mãe. É verdade, o dia da mãe era em Dezembro no dia marcado pelo calendário católico com sendo o dia da Imaculada Conceição, portanto dia da mãe. Recentemente passou a ser em Maio, nunca percebi porquê. Mas o dia da mãe era também o dia de ornamentar a casa para o Natal: começávamos pelo Pinheiro (sempre natural) que inundava a casa com um maravilhoso cheirinho a natureza, seguia-se o presépio com as figuras ordenadamente colocadas numa cabaninha e por fim o centro da mesa, com os ramos de azevinho, de pinheiro e as velas. Passados todos estes anos, mantenho a tradição de decorar a casa neste dia 8 e os meus netos adoram colaborar e esperam por esse dia com a expectativa natural das suas idades. Mas afinal, o que se...

QUE MÊS QUE ENTRA AGORA...

Caro leitor, dezembro chegou num abrir e fechar de olhos. Mas o tempo passa exatamente da mesma forma como há 100 anos. A nossa perceção e o tempo de que dispomos para resolver e tratar de 29378240986 coisas é que mudou drasticamente. Pois bem, dezembro lembra o frio e duas festividades grandes. Para o Cristão, é importante celebrar o Nascimento d’Ele mas de facto a data mais importante é a Páscoa, com a sua ressurreição. Volta a correria das prendas, das indecisões e para muitos, da chatice que é passar com estes ou aqueles de quem se gosta menos mas tem que ser. Já se identificou? Bom, este texto de hoje é exatamente sobre isso. Há muitos anos que identifico este tempo como o tempo que passa devagar. Prendas planeadas quase desde agosto e algumas compradas desde outubro. Exige atenção e planeamento, mas é o suficiente para que esta época não seja de correria e de extravagâncias. Por isso mesmo, tenho tempo. Tempo para saborear as pessoas. Ver os afetos de última hora e por puro inter...