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A mostrar mensagens de maio, 2021

MERCEDES?

RETALHOS DE UMA VIDA

- O Sr. é que é o “ferro-velho”? -  Sim, sou eu. - Então acompanhe-me. Vou levá-lo ao Sr. Comandante. E o meu pai, pois tratava-se dele, seguiu atrás do militar que o tinha interpelado, sem fazer a mínima ideia para onde ia, nem ao que ia, ele que para além de tudo, não era nem nunca tinha sido “ferro-velho”. Passa-se esta história no tempo em que os “americanos” tinham vindo para a Base Aérea das Lages, lugar onde só era possível entrar com uma autorização especial, mas onde se dizia estarem a acontecer oportunidades únicas de negócio, o que fazia dela o pote de ouro no final do arco-íris. O meu pai, um jovem adulto sem quaisquer recursos para além da sua força e vontade tenazes, que aspirava, como tantos outros, a uma vida melhor para a sua família (mulher e, na altura, 2 filhos), também passava o dia a pensar na base dos americanos, como lhe chamavam, pois, quem sabe, seria ali o lugar onde podia estar o filão de ouro que lhe estava destinado. Apesar da vontade, o problema da entrad

EMOÇÕES DAS CRIANÇAS

Temos a ideia que as emoções são assunto de adulto, como se só quando se é já crescido aprendesse a sentir. No mundo das crianças estão por vezes, ainda que explicados à sua maneira, presentes um turbilhão de emoções. É interessante estar com eles e perceber que no seu humilde relato está muita sabedoria, que nós adultos com a mania de complicarmos tudo, deixamos de saber distinguir. Eles traduzem tudo de uma forma simples e mais pura, sem rodeios ou floridos. Ouvir crianças de 3/4/5 e 6 anos expressar os seus medos, o que os deixa felizes ou tristes, zangados ou preocupados é uma autêntica surpresa e uma lição também. Uns seres tão pequeninos, que na nossa perspetiva têm tão pouca experiência são capazes de apresentar sugestões de técnicas e estratégias para controlar os seus próprios sentimentos. Alguns têm criado/imaginado verdadeiros eventos para concretizar no pôs-pandemia (tal é a ânsia de voltar à normalidade): desde piqueniques, a festas de pijama ou na piscina. Um, no auge dos

ODEMIRA

  “Sem o pão não vivemos, mas também não vivemos só de pão”. Esta é uma frase que ouvi ontem dia 13 de Maio o cardeal Dom José Tolentino de Mendonça proferir. De imediato veio-me à cabeça Odemira. Vai seguramente parecer estranho, mas na realidade assim foi. Lembrei-me dos imigrantes que por lá se encontram. Das condições horríveis em que estão instalados e que as televisões fizeram questão de mostrar pois, doutro modo, duvido que se viesse a conhecer tão dramática situação. Foram deixadas a descoberto gigantescas vulnerabilidades. Para a maior dos imigrantes de Odemira, afinal a COVID 19 não terá sido uma coisa má. Se não fosse o surto, dificilmente a vida deles teria mudado num tão curto espaço de tempo. Todo o ser humano necessita de pão, habitação, cuidados de saúde, proteção social, mas precisa também de proteção moral. Que vergonhosas eram as condições em que se encontravam os ditos imigrantes. Quando há um contrato, em meu entender, deveriam ser estabelecidas condições de Ganha

VACINAÇÃO

  Posso dizer que, para mim, a primeira parte deste preocupante sistema de vacinas está concluída. Confesso que estava com receio. Só lá volto para a segunda dose em Julho. De facto, hoje, dia 28 de Abril de 2021, há cerca de duas horas, tomei a primeira dose da vacina contra a COVID-19. Receava que me fosse administrada a vacina da Astra-Zeneca e foi o que aconteceu. Tantas vezes ouvimos na comunicação social, referir que tem havido alguns poucos casos de reacções adversas a esta vacina, que por muito que não se queira, acabamos por ficar apreensivos. E isto sucedeu comigo também. São poucos os casos num tão grande universo de vacinas já administradas. Mas temos de pensar que não acontece só aos outros. Posso ser eu a próxima pessoa onde a toma da vacina corre mal, pensei eu. Hesitei muito em confirmar a minha presença no centro de vacinação. Mas confirmei e fui e já está. Podem surgir sintomas nas próximas vinte e quatro horas mas também pode acontecer não ter qualquer sintoma. Verem

QUE CENAS

Ontem dia 26 de Abril, eu, como centenas de milhares de pessoas, estivemos a assistir, pela televisão, ao jogo de futebol entre o Moreirense e o Futebol Clube do Porto. Não, não vou falar de táticas, de estratégias, de manhas por parte dos jogadores do costume, durante toda a partida. Vou falar do que aconteceu após o dito jogo. Todos nós vimos no final, uma invasão de campo por parte do treinador Sérgio Conceição e de outros elementos ligados ao FCPorto, dirigindo-se à equipa de arbitragem, mostrando a sua raiva, a sua indignação, o desespero por não terem ganho. Também vimos membros da equipa técnica a tentarem afastar os seus colegas das intenções iniciais… Que vergonha meus Senhores!!! Onde está o vosso fair play? Onde está a vossa educação? Onde está a vossa ética? Onde está o vosso exemplo? Será que estão mesmos convencidos que quando não ganham a culpa é sempre dos outros? Senti uma tristeza enorme pela imagem que estavam a passar. Pela falta de respeito por todos os adeptos de