Uma das minhas ocupações preferidas nos tempos livres é fazer palavras cruzadas ou cruzadexs.
Num destes dias apareceu-me a palavra “NOVACIONISMO” que despertou a minha curiosidade por desconhecer por completo o seu significado.
Fui investigar e quando dei por mim estava no Século III.
NOVACIANO foi papa interino entre São Fabião e São Cornélio.
Portanto NOVACIONISMO deriva do nome de Novaciano que foi considerado antipapa e que se opunha à integração dos “renegados” cristãos daquele tempo.
A seguir podem ler alguns excertos de textos que encontrei na internet sobre NOVACIANO e NOVACIONISMO.
Novaciano
Antipapa, de origem oriental, foi para Roma durante o pontificado de São Fabião (236 -250) e ordenado presbítero por este, apesar de contrariar o costume de não se poder ordenar alguém que tinha sido batizado apenas por estar às portas da morte, como terá acontecido a Novaciano algum tempo antes.
Esta ordenação resultou do grande apreço que São Fabião tinha pelas qualidades de Novaciano, delegando-lhe depois tarefas de grande responsabilidade, como responder às dúvidas postas por diversas igrejas da Cristandade referentes à disciplina e à doutrina.
Após a morte de Fabião em 250, porque não se elegeu papa durante cerca de um ano devido às perseguições de Décio, Novaciano desempenhou as funções principais, com a esperança de se tornar o sucessor. Contudo, os cristãos preferiram eleger São Cornélio, pela sua clemência para com os que tinham abdicado da doutrina cristã aquando das perseguições e que agora queriam voltar a pertencer à Igreja. A doutrina intransigente preconizada por Novaciano caracterizava-se, entre outras coisas, pela exaltação da castidade, da fidelidade conjugal (mesmo após a morte do cônjuge não se poderia a voltar a casar) e pela proibição da assistência a espetáculos como o circo.
Novaciano tornou-se assim um antipapa, suportado por três bispos.
Escreveu, além de algumas outras, uma obra denominada Sobre a Trindade, que dizia ser o Filho subordinado ao Pai e o Espírito Santo ao Filho, que podia ser considerada herética.
Morreu em plena perseguição de Valeriano, cerca do ano 258, sendo considerado confessor ou mártir. Crê-se que uma sepultura encontrada em 1932 na Via Tiburtina será aquela em que Novaciano foi inumado.
Como referenciar: Novaciano in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2021. [consult. 2021-03-14 12:24:59]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/$novaciano
Novacianismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O novacionismo ou novacianismo foi um movimento durante o cristianismo primitivo formado pelos seguidores de Novaciano e que se recusavam a readmitir em comunhão os lapsi - os cristãos batizados que tinham renegado a sua fé e realizado sacrifícios aos deuses pagãos - durante a perseguição de Décio em 250. Eles foram posteriormente declarados como heréticos.
Novacionismo depois de Novaciano
Após a sua morte, os seguidores de Novaciano se espalharam rapidamente e podiam ser encontrados em todas as províncias, em grande quantidade em algumas delas. Eles eram chamados de novacionistas, mas chamavam a si próprios de καθαροι (em grego: "katharoi" - "puritanos"), refletindo o seu desejo de não se misturar com o que consideravam práticas frouxas de uma igreja corrupta. Eles chegaram ao ponto de rebatizar seus próprios convertidos, o que era considerado uma heresia por negar à igreja a possibilidade de conceder a absolvição no caso do lapsi. Eles foram também considerados cismáticos pela igreja antiga por não se submeterem à autoridade do bispo de Roma.
Fora estes pontos, as demais práticas dos novacianos eram idênticas às da Igreja.
Nos séculos IV e V, os donatistas do Norte da África mantiveram uma crença similar sobre os cristãos que renegaram sua fé durante as perseguições. E eles também foram considerados heréticos.
Este texto vem demonstrar-me que por um lado podemos aprender todos os dias algo de novo e que afinal algumas ideias e ideais dos nossos tempos afinal já são demasiado antigas e que por mais voltas que dermos teremos de recorrer sempre aos nossos antepassados.
J. F. Soares
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