Diz o calendário que hoje, 1 de junho, se celebra o Dia Mundial da Criança. Apregoam-se e reivindicam-se os direitos, são promovidas imensas atividades que proporcionem diversão, alegria e também “formação”, são homenageadas as que têm o privilégio de poder ser criança mas também são lembradas as que não têm a noção do que isso é.
Ser criança neste mundo atual é cruel, mas é igualmente maravilhoso; têm desde cedo muitas lutas a travar, mas ainda alguma inocência e proteção à volta.
Ser criança neste mundo atual é ingrato; os que têm tudo ficam mimados, os que têm carências são negligenciados.
Ser criança é instável: “ainda não tens idade para isso…” e “já não tens idade para aquilo…”
Ser criança é duro: dás amor mas não tens a noção se/que és amada.
A sorte que define cada criança depende da família onde nasce, a sua realidade depende das circunstâncias da sua terra/ do seu país, a sua formação depende das oportunidades que se lhe apresentam ou das que lhe faltam, o seu futuro depende de toda a combinação desses diversos fatores.
Eu tenho à minha volta crianças felizes (que lotaria), crianças amadas, crianças vividas. Realidades diferentes é certo, famílias mais ou menos estruturadas, a quem não falta “quase” nada – e não falo de elites. Mas o mundo, esse tem também as que lhes falta “quase” tudo. As que lhes falta família e amor, as que lhes falta comida e cuidados, as que lhes falta o teto e a educação, as que lhes falta a paz.
Todas elas só querem ser criança.
O. C.

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