Agarrei o título de uma das obras da nossa literatura para dar nome a uma breve narrativa sobre uma viagem que fiz recentemente, de caravana “as costas”.
O destino terras da Beira, mais propriamente Oleiros, lá para os lados de Castelo Branco.
Paisagens deslumbrantes banhadas pelo Zêzere, onde o azul de água se funde com o verde da serra, salpicado de amarelo e roxo das flores selvagens. Nas circundantes localidades existe de tudo, desde uma concentração hippie a lembrar os anos 70 até á lojinha de artesanato no rés-de-chão do edifício da Junta de Freguesia de Álvaro, uma vilazinha encantadora, erguida das cinzas dos incêndios horrendos de 2017.
Foi este o lugar que mais me impressionou. Uma terra com pouquíssimos habitantes, que nos recebe num jardim minúsculo mas extremamente bem cuidado, onde as casas de xisto exibem as suas miniaturas; é um lugar lutador, onde o fogo levou vidas e casas construídas com o sacrifício de uma vida, mas que se ergueu com o orgulho de ter sobrevivido sozinho pois os bombeiros mal conseguiram lá chegar.
A Presidente da Junta é uma versão século XXI da Padeira de Aljubarrota! Lutou contra as chamas, salvou tudo o que tinha na frente de combate, inscreveu o seu lugar de berço na rota turística de quem por ali passa, mostrando a quem quiser ver os tesouros que a terra guarda, com os olhos sempre molhados de lágrimas amargas de vaidade.
No momento de sair deste Álvaro para outro destino, só tive um pensamento: aqui é Portugal, desconhecido de tanta gente, mas tão nosso!!!
Como é maravilhoso viajar na minha terra!! Conheçam o vosso país, que tanto tem para vos dar!!
Cristina Pestana
Lá fora, cá dentro.
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