Avançar para o conteúdo principal

MERCEDES?

DIA DA MULHER


Este ano eu decidi comemorar o Dia Internacional da Mulher.

Estou sozinha o dia todo. O marido sai de manhã para trabalhar e só regressa ao jantar. Os filhos e respectivas famílias estão por conta deles.

Então, eu resolvi ir almoçar fora.

E, vejam só, almocei em três restaurantes!

Fui aqui perto ao Cachorrinhos, que ao almoço só tem um prato de peixe e um de carne.

O prato de peixe era bacalhau com broa. Tudo bem, até gosto.

E como estamos na Quaresma, eu queria comer peixe, sem dúvida alguma.

Como já me conhecem, a empregada trouxe logo a sopa e o meio copo de maduro tinto. E eu disse-lhe: quero bacalhau.

Entrei no restaurante as 12 horas em ponto.

Já lá estava um grupo de oito senhoras que já teriam pedido bacalhau porque o gerente veio a mesa delas dizer que só havia bacalhau para seis.

Não faz mal, disseram elas. Nós dividimos.

E, logo a seguir, veio a empregada a minha mesa dizer que já não havia bacalhau.

Pronto, disse eu. Olhe, fico só com a sopa. Traga-me um café por favor. Enquanto bebia pensava que mais valia ter ficado em casa.

Vesti o casaco e fui ao balcão pagar como é habitual. Vêem em direção a mim o dono e o gerente a pedir imensa desculpa e a dizer que não tinha que pagar.

Mas eu comi uma sopa e bebi um café. Tenho de os pagar, disse eu.

Não, não. É oferta e desculpe e desculpe e desculpe...

Pensei em ir para casa mas não fui.

Caramba, para casa? Não! Ainda tinha apetite para mais.

 Fui rua abaixo e entrei num restaurante mais adiante onde comi filetes, muito saborosos, graças a Deus. 

Paguei e para não fugir da "animação" em curso, fui ao lado a um snack/confeitaria comer a sobremesa: um bolinho e o café. 

E pronto. Foi a distração possível para uma mulher a comemorar sozinha o "Dia da Mulher"

Costuma dizer-se que vale mais só do que mal acompanhada.

Quem sabe se estivesse acompanhada não teria sido tao divertido.

ES

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O MEU DIA DE ANOS

Nove de novembro, dia dos meus anos.  Para mim um dia igual a tantos outros, não fosse o carinho das mensagens, telefonemas e prendas dos que teimam em não cumprir com o meu pedido de não o fazerem. Todos os anos o repetem, porque estão seguros de que não cumprirei a ameaça de não os aceitar.  A este propósito, e com o objetivo de vos dispor bem, vou contar-vos um episódio, digno de uma comédia, vivido há alguns anos atrás, exatamente no dia dos meus anos, e fruto de uma prenda recebida de um grupo de amigas queridas. Nesse ano, as amigas mais chegadas decidiram acarinhar-me com um voucher de um salão de beleza local, que constava de uma “massagem aromática manual de relaxamento profundo”. Encantada com esta oferta, decidi desfrutar dela no mesmo dia. Se assim pensei, melhor o fiz. Dirigi-me ao salão de beleza, e após os cumprimentos iniciais, conduziram-me à sala onde me tratariam e eu sairia revigorada lá para o fim da tarde. Deitei-me na marquesa com as costas voltadas para cima, co

QUANDO PERCEBES QUE NÃO HÁ VOLTA A DAR

 “A Sra. é tal e qual a minha avozinha. Ela não sai de casa sem os seus adereços. É uma querida, mas muito vaidosa”. É com esta frase que uma jovem técnica me presenteia, enquanto aguarda que eu conclua a tarefa desesperada de tirar os brincos e o colar, cujo fecho teima em não abrir. Eu, a paciente que irá fazer uma radiografia dentária. Ela, a técnica que a fará. Eu, uma mulher madura de 66 anos, convencida, até àquela hora, que em nada os aparentava. Ela uma jovem radiante nos seus 20 e poucos anos de idade. Avozinha? Eu, avozinha e mais ainda, vaidosa…   Reparem que não me comparou à sua avó. Fê-lo em relação à sua avozinha, o que para mim corresponde a bisavó.  Não faço qualquer comentário, mas lembro-me imediatamente do que brinquei com a minha amiga Fernanda, mais velha que eu 3 anos, quando me contou que, após completar os 65 anos de idade, tinha ido comprar o passe mensal para o comboio, e ao querer entregar o cartão de cidadão ao funcionário que a atendia, para que fizesse pr

EU E OS MEUS TÉNIS PARA QUASE TODAS AS OCASIÕES

  Preciso de uns ténis para todas as ocasiões, ou quase todas, é um pensamento que me ocorre, especialmente quando, por não os ter, tenho de usar sapatos de salto, que me fazem sofrer horrores nas ocasiões que a isso obrigam. Tenho ténis de várias formas e cores, mas faltam-me os tais. Aqueles que vês nas páginas de publicidade das revistas de moda, e que pensas que, um dia, se puderes, os vais comprar. É então que na minha última viagem a Lisboa, passo por uma sapataria, e vejo em destaque, exatamente os ténis com que venho a sonhar desde há muito. Paro de imediato, e procuro ler o preço que está num talão muito pequenino, como que meio envergonhado, junto do artigo pelo qual já me apaixonei. Por este preço nem pensar, só se estivesse doida, penso eu, e sigo em frente, apesar de a algum custo. Nos dias seguintes e porque o trajeto me faz passar diariamente pela mesma sapataria, vou vendo que eles continuam no mesmo sítio. Lindos de morrer… penso eu todos os dias. Mas, por aquele preço