O tempo vai passando e a ilusão vai-se instalando, suavemente, passo a passo.
Sempre quis acreditar que o diagnóstico estava errado. Nada era como a informação me chegava. Sempre meti na minha cabeça que todas as pessoas podem errar e como tal este seria mais um erro, desta vez com um final bem feliz.
O tempo foi passando. Os tratamentos foram tendo lugar. A informação a conta gotas, foi chegando, mas ontem, o grande baque aconteceu. Sensivelmente 15 minutos depois de te terem chamado para a tua TAC, uma enorme tristeza se apoderou de mim. Não sei mesmo transmitir o que se estava passar. Não me conseguia concentrar em nada, nem em ninguém.
Levantei-me e fui à casa de banho. Abri a torneira e coloquei os meus pulsos debaixo de água. Não sei dizer porquê, mas senti essa necessidade.
Voltei ao meu lugar e esperei por ti. A tal sensação não se queria ir embora.
Passei os olhos pela televisão que estava ligada na sala de espera mas, de imediato, saíram do écran.
Olhei à minha volta e não conseguia que a minha atenção se focasse no que quer que fosse.
Peguei no telemóvel e de imediato o pousei.
E tu chegaste sem que eu me apercebesse, pois, apesar de estar a olhar na direção do corredor donde tu virias, não te vi.
Aproximaste-te e deste-me um beijinho na testa! Que saboroso beijinho meu amor!!!
Vinhas aborrecido com a enfermeira que te tinha colocado o cateter. Não tinha acertado à primeira e isso deixou-te incomodado.
Viemos para casa, a falar de tudo e de nada.
Pressinto que os resultados irão ser avassaladores!!! Não sei lidar com isto.
Alguém saberá? Deve ser demasiado duro para que alguém saiba.
ResponderEliminarSeja quem for, sinta o meu abraço.