Avançar para o conteúdo principal

RESULTADO DUMA QUEDA... PARAGEM FORÇADA E OBRIGADA

CIRURGIA

 

Tudo começou há um curto tempo quando num exame médico de rotina fiquei a saber que tinha na vesícula um pólipo com uma dimensão que, segundo os critérios médicos em vigor, teria de ser extraído.

Fiquei apreensiva, mas segui todas as consultas que me eram devidas.

Este processo foi todo levado a cabo no Hospital de São João no Porto.

Fui muito bem esclarecida sobre todo o processo e fui informada que seria operada em setembro.

Fui de férias, mas sempre a pensar na cirurgia.

Nunca fui operada a nada, portanto nunca fui submetida a uma anestesia geral. Nunca fui internada num hospital.

Tenho 72 anos.

Com receio? Sim.

Com confiança no hospital e nos médicos? Sim.

E, sobretudo, com muita fé.

Estava eu com o meu marido na Feira do Livro no Palácio de Cristal na tarde de segunda-feira dia 28 de Agosto de 2023, quando recebo uma chamada telefónica de um tal Dr. Carlos Soares do Hospital de São João. Estava marcada a cirurgia. Teria de me apresentar no hospital no dia 31 de manhã, quinta-feira e seria operada na sexta-feira às 9.00.

Embora já estivesse à espera, nesse momento fiquei amedrontada.

No dia combinado entrei no hospital.

Fui internada no quinto piso, cirurgia geral de mulheres. Uma enfermaria com cinco camas, tudo ocupado.

E pronto, começa tudo. Dieta até às 22 horas e a partir daí nem comer nem beber.

Na sexta-feira bem cedo levam-me para o bloco. O médico que me ia operar veio apresentar-se. Era o próprio Dr. Carlos Soares. Muito atencioso. A médica anestesista também se apresentou. Mais os enfermeiros que estariam presentes na cirurgia. Muitas perguntas. Papéis para assinar para autorizar por exemplo uma transfusão de sangue caso necessário. E entro no bloco propriamente dito. Acordada para, segundo eles, eu poder ver a sala e toda aquela parafernália de equipamentos.

Medem-me a pressão arterial, colocam mais um cateter na outra mão e começam a anestesiar-me. Uma médica coloca-me uma máscara para eu ir respirando e ainda oiço ela a dar instruções à anestesista....

ES

                                                                                                                                              (Continua)


Comentários

Mensagens populares deste blogue

QUANDO PERCEBES QUE NÃO HÁ VOLTA A DAR

 “A Sra. é tal e qual a minha avozinha. Ela não sai de casa sem os seus adereços. É uma querida, mas muito vaidosa”. É com esta frase que uma jovem técnica me presenteia, enquanto aguarda que eu conclua a tarefa desesperada de tirar os brincos e o colar, cujo fecho teima em não abrir. Eu, a paciente que irá fazer uma radiografia dentária. Ela, a técnica que a fará. Eu, uma mulher madura de 66 anos, convencida, até àquela hora, que em nada os aparentava. Ela uma jovem radiante nos seus 20 e poucos anos de idade. Avozinha? Eu, avozinha e mais ainda, vaidosa…   Reparem que não me comparou à sua avó. Fê-lo em relação à sua avozinha, o que para mim corresponde a bisavó.  Não faço qualquer comentário, mas lembro-me imediatamente do que brinquei com a minha amiga Fernanda, mais velha que eu 3 anos, quando me contou que, após completar os 65 anos de idade, tinha ido comprar o passe mensal para o comboio, e ao querer entregar o cartão de cidadão ao funcionário que a atendia, para que fizesse pr

MERCEDES?

Mercedes? No café em Lisboa, vejo uma senhora já com a sua idade que provavelmente se chama Mercedes, a tratar das cartas que lhe chegaram a casa ou não.  Ao mesmo tempo fuma um cigarro que colocou delicadamente no cinzeiro enquanto organiza as cartas, quiçá mais contas para pagar, outro corte na reforma. Talvez sejam as cartas de um neto emigrado a mandar beijinhos com carinho para não usar o WhatsApp. Acabou de arrumá-las e voltou a pegar no seu cigarro, marca Rothmans. Fuma-o e pensa. Será que pensa nas cartas? No calor que está? No tabaco que está caro? Ou estará a fazer uma retrospetiva da sua vida? Que Lisboa não é a mesma que conheceu; A pensar no seu primeiro amor; No sua avó, no seu avô;  no primeiro gira discos que comprou e que pagou 40 contos? no seu primeiro cigarro? Dá um gole na sua água e acende outro cigarro Rothmans. Estou numa mesa a menos de 3 metros desta senhora que não passa de uma suposição minha que se chama Mercedes. Será feliz? Devo admitir que tem muita clas

EU E OS MEUS TÉNIS PARA QUASE TODAS AS OCASIÕES

  Preciso de uns ténis para todas as ocasiões, ou quase todas, é um pensamento que me ocorre, especialmente quando, por não os ter, tenho de usar sapatos de salto, que me fazem sofrer horrores nas ocasiões que a isso obrigam. Tenho ténis de várias formas e cores, mas faltam-me os tais. Aqueles que vês nas páginas de publicidade das revistas de moda, e que pensas que, um dia, se puderes, os vais comprar. É então que na minha última viagem a Lisboa, passo por uma sapataria, e vejo em destaque, exatamente os ténis com que venho a sonhar desde há muito. Paro de imediato, e procuro ler o preço que está num talão muito pequenino, como que meio envergonhado, junto do artigo pelo qual já me apaixonei. Por este preço nem pensar, só se estivesse doida, penso eu, e sigo em frente, apesar de a algum custo. Nos dias seguintes e porque o trajeto me faz passar diariamente pela mesma sapataria, vou vendo que eles continuam no mesmo sítio. Lindos de morrer… penso eu todos os dias. Mas, por aquele preço