Esta semana a senhora Ursula von der Leyen, Presidente da União Europeia, fez o seu discurso anual em que dissecou os problemas com que se debateu neste último ano à frente da União Europeia.
Começo por pensar no modo de eleição para este importantíssimo cargo. Faz-me lembrar as eleições em Portugal para Presidente da República. Refiro-me às eleições depois daquelas a que concorreu o general Humberto Delgado.
Passaram a realizar-se num Colégio Eleitoral, ou seja, deixaram de ser votadas directamente pelos portugueses para passarem a ser votadas apenas por pessoas devidamente moldadas por uns anos de “salazarismo”.
Confesso que nunca o salazarismo me incomodou. Quando o Prof. Salazar caiu da cadeira cumpria eu o SMO (serviço militar obrigatório) na Escola Prática de Engenharia em Tancos. Todos nós também éramos mais ou menos “trabalhados” pelos meios de comunicação social, por alguma igreja, pelos livros que nos permitiam ler, etc.
Voltando ao cargo de Presidente da Comissão Europeia, a minha perplexidade é que o modo de escolha é precisamente o mesmo. Isto quer dizer que quem concorre não precisa de nos conquistar, cerca de quinhentos milhões de europeus, só precisa é de conquistar os membros do Conselho Europeu e os membros do Parlamento Europeu, ou seja, apenas umas centenas de europeus.
Isto a propósito do discurso que a senhora von der Leyen debitou no Parlamento Europeu. Foi o último do seu mandato. Vamos ter eleições para o parlamento em Junho do próximo ano e será que a actual Presidente se volta a candidatar?
Neste último discurso a preocupação da senhora von der Leyen, para além da Ucrânia, consubstanciam-se nas seguintes palavras “business” (mencionada 12 vezes), competitividade (6 vezes) e concorrência (5 vezes). Nem uma única vez mencionou a palavra pobreza.
Para que servem as eleições europeias? Para fornecer respaldo democrático aos burocratas de Bruxelas?
Eduardo Freitas
Estou perfeitamente de acordo. Para que servem afinal as eleições europeias?
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