Nunca te escrevi nada, a não ser cartões de feliz dia da mãe quando era mais pequena e um postal quando fui de lua de mel.
Desde pequena tive sempre a sensação que querias controlar tudo na minha vida e nunca senti que fosses uma pessoa de muitos afetos, apesar de seres uma excelente mãe.
Nunca deixas que me falte nada, mas não me lembro da última vez que me deste um abraço e nunca me lembro de me teres dito que gostavas de mim. Provavelmente esse amor que sentes por mim está refletido nas tuas atitudes e não em palavras.
Acabei por me habituar a isso e hoje eu também não sou capaz de te abraçar e de te dizer que te adoro. Não quer dizer que estejas errada, mas eu tento dizer mais vezes aos meus filhos que os adoro, dou-lhes muitos abraços e ainda gosto de estar com eles ao colo. No entanto, fico muito feliz quando abraças os meus filhos e pegas também neles ao colo: é aí que eu vejo refletido o amor que sentes por mim e que nunca o dizes: quem beija os meus filhos, minha boca adoça.
Obrigada pelos conselhos, obrigada pela comida (a melhor do mundo) quando não tenho tempo para cozinhar;
Obrigada por tomares conta dos meus filhos quando trabalho até mais tarde ou quando preciso;
Obrigada por estares sempre lá quando sentes que preciso de ti mesmo sem eu te dizer nada;
Obrigada por acalmares o meu coração quando sentes que estou a ficar preocupada e a sofrer por antecipação, tens sempre as palavras certas para me dar.
Nunca vou ter palavras suficientes para te agradecer, mas quero que saibas que te amo incondicionalmente e para sempre.
A tua filha que te adora
Teresa Claro
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