Avançar para o conteúdo principal

INTERRUPÇÃO NÃO PROGRAMADA

VILARINHO DAS FURNAS, A ALDEIA SUBMERSA DO GERÊS

Foto: https://turismo.cm-terrasdebouro.pt

 Aldeia de Vilarinho das Furnas, no Gerês, única, comunitária, que ficou submersa pelas águas da barragem que foi aí construída e que tem o mesmo nome do lugar. 

A população desta aldeia foi levada dali, contra vontade, e ficou dispersa por vários sítios, perderam os seus haveres, as casas e os seus entes queridos que já tinham partido, tudo ficou debaixo de água.  

A sua sorte não foi a mesma da aldeia da Luz, no Alqueva, onde pedra por pedra a transportaram para um lugar próximo. 

Em Vilarinho das Furnas os seus habitantes perderam a sua identidade, aquilo que os ligava às suas raízes, à sua cultura. 

Há várias dezenas de anos tive a oportunidade de ir lá pela primeira vez, quando  por qualquer razão houve um problema na barragem e ela emergiu.  Hoje em dia, são muitas as vezes que é possível vê-la, devido à seca que de tempos em tempos a faz estar à superfície.

Quando rio volta ao seu leito original, conseguimos atravessar pela ponte romana que liga as duas margens, podemos calcorrear aqueles caminhos, ver as habitações, a igreja que  testemunhou muitos momentos da vida com significado para eles, a ponte romana, com os sulcos marcados no chão de granito pelos  carros de bois que durante longos anos, séculos, a cruzaram. 

Visitá-la traz sempre muita emoção e respeito, como quando se vai a um Santuário.

Fernanda Drumond


Comentários

Mensagens populares deste blogue

A MINHA VIAGEM AO JAPÃO

Verdade, fui ao Japão. Verdade, aventurei-me a, depois de 2h30 de viagem para Lisboa, meter-me num outro avião para, durante 7h30, fazer Lisboa-Dubai, e ainda noutro para mais 9h30 até Tóquio. Ainda hoje me pergunto como me aventurei a tal, eu que me arrepio sempre que se fala em viagens de avião. Mas fi-lo e ainda bem!   O Japão nunca foi um país que me despertasse grande interesse, logo uma viagem que, não fosse a minha amiga Manuela, provavelmente não teria feito. Por diversas vezes já lhe agradeci e vou sempre agradecer-lhe ter-me ligado, naquele dia, a dizer-me “… vamos?” Mas, se nada é por acaso, é porque agora é que era a altura certa para a fazer, pois a idade já me permitiu uma plenitude que antes não alcançava. Já regressei há vários dias e ainda não “aterrei” no meu quotidiano. Continuo, a cada minuto, a visualizar imagens, paisagens, gestos e atitudes que me levam ao que, agora, considero um outro mundo. Um outro mundo em que é notório o respeito pelo outro, nomead...

A ARTE, A BELEZA E A GRATIDÃO

  Sou frequentadora assídua da Confeitaria Paulista na Maia, onde a D. Elvira e o Sr. Jorge Mendes (proprietários), fazem questão de nos receber de “braços abertos.” Tomo o meu café e pão com manteiga neste maravilhoso espaço. É um local muito familiar. Um espaço onde nos sentimos muito bem!!!  Somos bem recebidos; Bem tratados; Bem-vindos!!! Sentimo-nos em casa. A D. Elvira faz questão de nos fazer sentir únicos. Há uns dias, tive oportunidade de ver uma autêntica obra de arte saída das mãos do proprietário da Confeitaria Paulista. Trata-se da peça cuja fotografia está a ilustrar esta publicação. Ao ter acesso ao dito quadro, acreditem, que senti ARTE, que senti BELEZA e depois de saber a história que o envolve, senti que ali, existia GRATIDÃO.  Ora o Sr. Jorge Mendes, decidiu pôr mãos à obra e fazer este maravilhoso trabalho em pão. Sim, trata-se de pão e não outro material qualquer. Explicou-me as múltiplas e morosas voltas que este trabalho dá, até chegar ao resultado...

A LOUCURA DO MUNDO

  Tinha decidido que hoje escreveria de novo sobre a minha viagem ao Japão, e que vos contaria algumas peripécias dignas de registo humorístico, daquelas que sempre me acontecem e me divertem ao ponto de querer partilhar com outros, e porque me faz feliz. Faz-me feliz fazer aparecer um sorriso no rosto de quem lê os meus textos, um sorriso que muitas vezes anda escondido e tarda em aparecer. No entanto, nem sempre isso é possível, e hoje não pode ser assim. Hoje tenho de partilhar convosco a minha tristeza, a minha revolta, a minha frustração. Desculpem-me mas terá de ser assim. Logo pela manhã, como habitualmente, abri o rádio para me atualizar acerca do que se passa no nosso país e para além dele, e o que fui ouvindo fez-me decidir que não concluiria o meu texto nos termos em que tinha pensado. Não tinha esse direito perante o que estava a ouvir. Se o fizesse era como se também estivesse a assobiar para o lado perante o horror que me descreviam. Apesar de ser uma peça insignifica...