Foto: https://turismo.cm-terrasdebouro.pt
Aldeia de Vilarinho das Furnas, no Gerês, única, comunitária, que ficou submersa pelas águas da barragem que foi aí construída e que tem o mesmo nome do lugar.
A população desta aldeia foi levada dali, contra vontade, e ficou dispersa por vários sítios, perderam os seus haveres, as casas e os seus entes queridos que já tinham partido, tudo ficou debaixo de água.
A sua sorte não foi a mesma da aldeia da Luz, no Alqueva, onde pedra por pedra a transportaram para um lugar próximo.
Em Vilarinho das Furnas os seus habitantes perderam a sua identidade, aquilo que os ligava às suas raízes, à sua cultura.
Há várias dezenas de anos tive a oportunidade de ir lá pela primeira vez, quando por qualquer razão houve um problema na barragem e ela emergiu. Hoje em dia, são muitas as vezes que é possível vê-la, devido à seca que de tempos em tempos a faz estar à superfície.
Quando rio volta ao seu leito original, conseguimos atravessar pela ponte romana que liga as duas margens, podemos calcorrear aqueles caminhos, ver as habitações, a igreja que testemunhou muitos momentos da vida com significado para eles, a ponte romana, com os sulcos marcados no chão de granito pelos carros de bois que durante longos anos, séculos, a cruzaram.
Visitá-la traz sempre muita emoção e respeito, como quando se vai a um Santuário.
Fernanda Drumond
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