Inicia assim: “Não me venham com Ursula von der Leyen, Christine Lagarde ou Kamala Haris….
Metam no saco Marilyn Monroe, Maryl Streep ou Angeline Jolie.
A mulher mais importante do mundo chama-se Maria da Conceição Costa Mendes e toda a gente sabe quem é...” e continua a descrever aquela que é a sua própria mãe.
Fala-nos das suas doenças, das suas privações, das suas perdas, mas sobretudo do seu amor pelos filhos. Conta-nos, com algum humor, a dificuldade que teve em aceitar que ele, aos 31 anos, já professor no Seminário de Angra do Heroísmo e depois de vários anos em Roma, fosse viver sozinho, pois não o achava com competência para tal. E com a certeza que nada pagará o amor de uma mãe, é que a levou à Missa do Lava-pés, para que fizesse parte do grupo de outras mulheres a quem, ele próprio, lavaria os pés, e cito “…como quem pega numa pedra preciosa, beijá-los-ei doze vezes…”
Ao acabar a leitura, a imagem da minha mãe já se sobrepunha a tudo e as lágrimas teimavam em cair. Quantas e quantas vezes perco tempo a responder à pergunta “quem é o teu ídolo”, já que, com o passar dos anos tenho mudado de ídolo vezes sem conta, para além de que atualmente já nem pondero tal coisa, pelo receio do tamanho da deceção que poderei vir a ter.
Mas porque tenho esta dificuldade se, desde que nasci, tive sempre a dar-me o maior exemplo de amor, generosidade, bom senso, resiliência e, e, e, a mulher que me deu a vida, Maria da Câmara, a minha própria mãe?
Recordei as vezes em que a visitava, ao fim do dia e ao regressar do trabalho, e quando me preparava para sair, me perguntava “já te vais embora?” e eu, às vezes já um pouco impaciente, lhe respondia, “claro mãe, também tenho a minha vida para tratar”, e ela me respondia com a mesma serenidade de sempre “claro filha, eu compreendo, mas gosto tanto que aqui estejas.”.
Quem dera pudesse tê-la de novo para me desculpar de todas as vezes em que não lhe dei o carinho e a atenção que tanto merecia. No entanto, também revi as inúmeras vezes em que me sentava a seu lado, com a mão dela na minha, e me deixava estar, sem falarmos, só mesmo a desfrutar do momento, nada mais que isso.
Metam no saco todas as estrelas de cinema, todas as grandes figuras políticas, todas as beneméritas deste mundo, pois a mulher mais importante para mim, será sempre e cada vez com maior convicção, Maria da Câmara, a minha MÃE.
Ana Toste
Querida Ana, sim não há idol melhor do que a tua Mãe, pessoa meiga muito bondosa. Beijinho para ti.
ResponderEliminarObrigada por tão maravilhoso texto. O impacto é estrondoso!!!
ResponderEliminarAcabei de levar um enorme soco no estômago...
ResponderEliminarNunca antes havia pensado assim…Agradecida pela partilha porque ainda vou a tempo de acertar o compasso com a minha mãe. Sempre que a olhar,lembrar-me-ei destas palavras ou melhor deste ensinamento! Bem hajas tia.
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