Numa manhã de um dia de uma semana em que me relataram episódios passados em hospitais e lares de idosos, que me deixaram angustiada, por demonstrarem uma total indiferença pelo “outro”, pego no jornal local e salta-me à vista um título em realce “A importância da consciência do EU”.
Leio o artigo com real interesse e concordo com algumas das opiniões expressas pela autora. Sei, como todos os que se interessam por temas de desenvolvimento pessoal, que a grande maioria de nós, durante grande parte da nossa vida, não nos demos a importância devida, e não nos tratámos a nós próprios como merecíamos, levando a que, a consequente baixa autoestima, em muitos casos e por isso mesmo, levasse a uma vida de infelicidade, como única forma de viver.
Continuo a ler e vêm-me à memória os relatos a que fiz referência no início deste texto e, aliados a esses, começam a desfilar tantos e tantos outros que vejo diariamente, de desinteresse, falta de profissionalismo, falta de ética e que resultam sempre no prejuízo do “outro”.
E é exatamente aqui que quero chegar. Será que a consciência do “eu” fez esquecer que também existe o “outro”, com os mesmos direitos, as mesmas necessidades, e que este “eu” que agora surge de forma quase diria exacerbada, esquece que vivemos em comunidade, e que o “outro” deve obrigatoriamente ser tratado com o mesmo respeito e dignidade com que nós próprios queremos ser tratados?
Confesso que estou já cansada de ouvir chamar a atenção para a consciência do “eu”, sabendo que, com toda a certeza, será bem interpretada por uns, mas por outros completamente distorcida, fazendo com que o seu Ego se sobreponha a tudo e a todos.
Será que já não é tempo de voltarmos a chamar a atenção, a ensinar, a “consciência do outro”?
Fica a pergunta para reflexão.
Muito obrigada por tão profundo texto.
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