Se atentarmos no verdadeiro significado deste provérbio, veremos que ele está conotado com algo menos bom. Significa que quem cometeu um erro, é bem capaz de vir a cometer outro. Que quem nos desiludiu, o pode tornar a fazer e assim por diante.
Eu decidi olhar para a expressão “Quem faz um cesto, faz um cento” com outros olhos e dei por mim a aplicá-lo numa situação distinta:
Procuro habitualmente fazer as minhas tarefas o melhor que sei e que posso. Esmero-me, tento surpreender as pessoas adicionando um detalhe ou outro, aos serviços que presto. Mas, não sou perfeita. Erro, como as outras pessoas. Tenho as minhas limitações como qualquer outro ser humano.
Mas esta introdução toda, virá a propósito de quê? Pois bem, eu tenho como incumbência tratar duma pessoa idosa e fazer-lhes as refeições diárias. Dou-lhe toda a atenção, carinho, ternura que consigo. Elaboro ementas para que nada falhe. Procuro os benefícios de cada alimento e preparo com todo o amor as 6 refeições do dia.
Matematicamente, e em anos não bissextos, eu preparo 2.190 refeições, sendo que 730 delas, correspondem a almoços e jantares. São as refeições de maior elaboração e risco…
Acontece que nestes últimos meses e sem saber bem porquê, aconteceu que 3 das mencionadas refeições, estariam um pouco apetitosas, segundo a pessoa para quem presto este serviço.
Não consigo saber qual o motivo, já que provo sempre a comida e para mim estava como habitualmente dentro dos parâmetros aconselhados e exigidos.
Esta semana fui surpreendida pelos filhos da dita senhora, dizendo que eu estava a perder qualidades e se calhar teriam de pensar na minha demissão, já que ultimamente as refeições estavam a ser servidas à mãe, salgadas!!! É aqui que eu me questiono. Então 3 situações em 730, já dão para se considerar “hábito”? Pois é. É aqui que eu me permito aplicar o ditado popular “Quem faz um cesto, faz um cento”…
Obrigada por me deixarem desabafar…
Maria Carolina S.
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