O céu estava azul, limpo e só se via uma nuvem, grande, branquinha, tal e qual um bocado de algodão.
E lá no meio do algodão estava ela, sentada, extasiada.
Porque podia olhar cá para baixo e ver que estava tudo calmo, tudo no seu devido lugar. Os países com as suas cidades bem ordenadas, limpas e organizadas. Os jardins bem tratados. Os lagos e os rios límpidos, até se vislumbravam os peixes lá bem no fundo, alguns e outros vinham à superfície, davam um salto e mergulhavam.
Ela estava perturbada com o silêncio que reinava à sua volta. Era demais tanto silêncio. Prestou atenção e afinal havia o suave piar dos pássaros.
Prestou mais atenção e viu as pessoas, cada uma delas dedicada aos seus afazeres. Empregos, compras, desporto, passeios nos jardins, idas ao cinema, animais a passear, pessoas a namorar.
Tudo organizado, tudo em paz, tudo a correr bem qualquer que fosse o país.
Pessoas felizes nas suas rotinas.
Mesmo os menos abastados viviam tranquilos, sem medo.
Tudo em plena segurança.
E, ela, feliz, apreciava como se podia viver em paz.
E perguntava a si própria por que razão não se pode viver em paz afinal?
Porque tanto ódio, ganância, malvadez, brutalidade e estupidez?
Só que ela percebeu que estava mergulhada num sonho. Acordou e chorou. Chorou por todos os que sofrem.
Chorou com pena do mundo.
E rezou pela humanidade.
Infelizmente não há nada a fazer enquanto existirem os pobres de espírito.
ES
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