Hoje, 21 de março de 2022, chorei enquanto jantava. Sou forte, muito forte. Isto é o que eu me tento convencer sempre. Todos os dias.
Mas, afinal desmoronei como qualquer um/a.
Desde que este conflito armado começou, recusei-me a ver os noticiários. Não me recusei a perceber e a aceitar que existe este problema. Mas recusei-me a minar a minha mente porque tenho noção dos meus limites neste momento.
Ver a destruição, a devastação, a morte, o horror e o pânico que todos estão a vivenciar como resultado da decisão do governante da Rússia, causa-me mau-estar e profunda tristeza e por isso hoje chorei.
Foi o primeiro dia que chorei por este problema. Foi o primeiro momento que realmente senti uma verdadeira revolta. Perguntam-me porque vejo séries e o Big Brother. Fácil: ficção e encenamento são as melhores alternativas. Desejo que isto termine o mais rápido possível e que mais ninguém sofra. Que mais ninguém sofra por ter que enterrar os seus mais queridos. Desejo que as crianças e jovens possam voltar à sua rotina “detestável” que é a escola. Desejo que a comunidade trabalhadora possa voltar aos seus trabalhos e que todos sejam felizes. A sua felicidade vai demorar longos períodos até ser restabelecida (se é que algum dia o vai ser).
Que também não nos esqueçamos jamais de todos os russos que estão sem o seu trabalho e que por um motive ou outro estão a sofrer com este conflito. Também eles não têm culpa e estarão de certo em desespero.
Não saímos ainda de uma pandemia. Não saímos ainda de um risco de doença e morte.
Toda a vida houve e vai haver Guerra e doenças que matam os mais frágeis e menos saudáveis. Sempre vai haver. Mas e se pudermos viver sem conflito? Sem fome? Sem doença? Sem desespero?
Sinto-me tão mas tão impotente. Já fiz a minha contribuição para ajudar. Mas é tão pouco…
Não saber notícias foi a forma que encontrei de me manter “mentalmente sã”. E vocês? Qual a vossa forma?
Sejam felizes.
mjsoares
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