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INTERRUPÇÃO NÃO PROGRAMADA

É PELA FERIDA QUE ENTRA A LUZ!

 

“É pela ferida que entra a luz”, parece algo surreal do ponto de vista que estou a falar, mas se olharmos para o sentido figurativo tem toda a lógica. Se existe uma “fenda”, a luz entra!

O que pretendo com este meu testemunho é, através da minha experiência mostrar que afinal o sentido desta expressão/afirmação não é surreal, mas bem real. 

Todos achamos, eu própria, que a dor nos tira. Tira-nos alguém que amamos, tira-nos aquela oportunidade, aquela vontade de continuar, ou, mais grave ainda, tira-nos a coragem e faz-nos desacreditar que conseguimos... A dor tira-nos a energia e alegria e, substitui por tristeza.

Não podemos negar que a dor existe e, que tantas vezes transcende o entendimento, mas nesta situação como é possível que haja luz?

É crucial que nunca esqueçamos primeiramente que, toda a ferida sara, cedo ou tarde e, inacreditavelmente, está muitas vezes nas nossas mãos o tempo de recuperação estimado.

Faz-nos pensar que, Meta é diferente de Método, embora estejam associados. E, é importante que tenhamos as duas!

Se temos uma meta que queremos alcançar, temos de ter método e cuidar para a alcançar.

Como referi acima, não há ferida que não sare, mas se for desinfetada e se procurarmos até mesmo ajuda para o fazermos, certamente “fechará” mais rápido. Neste ponto é importante pensarmos que o método que utilizamos/procuramos é tantas vezes tão ou mais importante que a meta que pretendemos alcançar. 

Claramente falando da minha pequena, embora para mim já “grande” experiência de vida, asseguro que esta expressão faz todo o sentido.

É quando estamos frágeis e vulneráveis que, por exemplo, nos permitimos que outros se aproximem.

É quando estamos doridos e enfraquecidos que pensamos quase sempre naquilo que podíamos ter feito e não fizemos, ou, simplesmente poderíamos ter melhorado.

É quando estamos tristes que pensamos tantas vezes naquela pessoa que nos alegra ou, alegrava a nossa vida e pensamos… “como eu gostava de a ter aqui ou até mesmo de ser assim”

A dor tira-nos muitas vezes as forças, mas também nos devolve a capacidade e vontade de a querermos superar.

A dor traz-nos tantas vezes à memória tantas vezes aquilo que vivemos. Já imaginaram o ganho de aprendermos a recordar memórias ou, até mesmo somente de as valorizarmos?! Passamos a valorizar pessoas que até ali tantas vezes “não existiam” ou, simplesmente não nos lembrávamos delas.

A vida leva e traz, mas se estivermos atentos, sempre nos ensina e dá a oportunidade de sermos melhores.

A dor traz-nos clareza.

A dor permite-nos crescer com cada processo.

A única coisa que não nos podemos permitir perder, em cada processo, seja ele qual for, é a coragem!

Pensem sempre “coragem é agir com o coração” e, a dor não nos traz só clareza, dá-nos também muitas vezes a certeza.

“Põe quanto és no mínimo que fazes” e, cada superação será um aprendizado e crescimento. 

Irina Cardoso


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