Ser lixeiro, há alguns anos era considerado por grande parte das pessoas, ter uma profissão menos nobre. Exigia sacrifício, esforço e exigia também ter “estômago”.
Ia para lixeiro quem não tinha praticamente nenhuma habilitação académica.
Tratava-se duma profissão de recurso, com tudo o que esta palavra possa significar. O lixeiro era o indivíduo encarregado de tirar e de conduzir o lixo, até à lixeira municipal. O seu salário era mínimo, comparado com outras profissões de igual ou menor responsabilidade e exigência.
Fiz propositadamente esta introdução para que nos consigamos situar e pensar objetivamente em todos os profissionais, homens ou mulheres que exercem tão difícil função.
Hoje decidi homenagear um lixeiro da cidade da Maia.
Trata-se de alguém que todos os dias vejo, com o seu carrinho de mão e a sua vassoura, a juntar e recolher o lixo que alguns transeuntes, sem educação, deitaram para o chão.
Faça frio, faça sol, ou esteja a chover, ali está aquele homem, sempre bem disposto, sempre a saudar quem por ele passa, sem se queixar das agruras do tempo ou quem sabe, da vida que o acabou por colocar ali.
Deve ser alguém muito bem formado. Alguém que apesar de me parecer ter habilitações bem superiores às exigidas para o desempenho da função de lixeiro, ali está pacientemente, dia após dia, a mostrar a quem passa, que a profissão que agora exerce é maravilhosa e que não tolda, de forma alguma, a sua disposição.
Parece-me ser alguém que “cumprimenta” o seu dia todas as manhãs.
Que excelente exemplo de resiliência.
Que contraste gigante com alguns seus colegas motoristas de camiões de recolha e transporte de lixo, também na cidade da Maia, que não importando se é hora de ir para os empregos ou levar os filhos à escola, se está em hora de ponta ou não, decidem parar o seu camião, em qualquer sítio, sem qualquer cuidado, atravancando a saída de quem tem horários para cumprir, ou obstruindo a passagem de outras viaturas.
Para esses profissionais o respeito pelo outro, parece ter-lhes passado ao largo.
Quem quiser que espere, deve ser o lema desses motoristas a que me refiro.
Que bom seria se todos nos respeitássemos e se todos amássemos as nossas profissões, como não tenho dúvida alguma ser o caso deste lixeiro da cidade da Maia.
MVFreitas
Obrigada por esta partilha! Poucas pessoas dão valor a este precioso trabalho! O que seria de nós sem recolha de lixo? Durante o tempo de pandemia, o que seria de nós se não tivéssemos estes colaboradores (por vezes com muito receio) de nos limpar os contentores e as ruas? Nós que durante tanto tempo produzimos mais lixo por estar mais tempo em casa.. Parabéns pela reflexão e pelo bem que fizeste a um colaborador!
ResponderEliminarÉ de agradecer a estes trabalhadores!