Várias semanas se passaram desde que partilhei convosco a minha expetativa comigo própria, em saber até que ponto, após um interregno de mais de 20 anos, e já com 63 anos de idade, corresponderia ao que esperava de mim a pessoa que me convidou a integrar a sua equipa de trabalho, num dos departamentos do Governo Regional dos Açores.
Também prometi que, de quando em vez, partilharia um pouco dos meus dias nesta nova função, e o interessante é que não o tendo feito até agora, muitas são as pessoas que quando me encontram, e em jeito de brincadeira, me perguntam como resistem os meus joelhos à bonita, mas desconfortável escadaria da entrada do Solar dos Remédios, onde agora trabalho. E de facto, não estarei longe da verdade, quando lhes respondo, fazendo-os rir, que apesar de os alimentar diariamente (joelhos) com tudo o que me receita o meu querido médico de há longos anos, estes não me têm faltado, e conto com a sua colaboração para os anos em que ainda ali estiver.
Ao longo destes dias, alguns dos meus receios iniciais têm-se dissipado e dado lugar a um sentimento que ainda não consigo adjetivar, mas que me garante que, apesar de todas as ferramentas tecnológicas que agora tenho à minha disposição, estas não substituem de forma alguma, o bom senso, a delicadeza, a responsabilidade, o saber estar e sobretudo a discrição, condições imprescindíveis a quem lida de perto com pessoas das mais variadas sensibilidades.
Apesar de tudo, e como calcularão, “nem tudo são rosas”, e algumas situações, se filmadas, fariam as delícias dos amantes de apanhados televisivos. Um dia destes, por exemplo, acompanhei o meu chefe e outros colegas, a uma conferência de imprensa que decorreria numa sala distante dos nossos gabinetes de trabalho. Na ida, como o percurso era a descer e depois a direito, consegui chegar à sala ainda a tempo de ocupar o meu lugar sem grande evidência de atraso. No entanto, no regresso, e porque tinha de subir a tal escadaria que ensombra os meus dias, quando entrei no gabinete, se me tivessem tapado a boca, tinha-me “passado” ali mesmo, enquanto todos os outros irradiavam a frescura própria de quem tem 20 ou 30 anos menos do que eu.
Imediatamente prometi a mim mesma que, das próximas vezes, sairei antes deles para chegar ao mesmo tempo que todos. Claro que também me poderia motivar ao exercício físico, mas isso tornar-se-ia dramático, porque não há quem me tire do sofá, frente à lareira e com um dos meus gatos enroscados no colo, sempre que consigo um tempo livre para desfrutar.
Por agora, cuidemo-nos por respeito aos outros e a nós próprios. Eu continuarei por aqui, a trabalhar de máscara, e sempre que possível a partilhar convosco algumas das minhas experiências e pensamentos desta nova realidade.
Até um dia destes.
Ana Toste
Olha Ana, felizmente não tenho problemas com os meus joelhos, mas quando subo as escadas da DRD, sempre de máscara, se me taparem a boca. ..aí que me passo de certeza, beijinhos e continua sempre com essa garra! !Quanto a fazeres umas caminhadas. ..olha que vale a pena, nem que 5em jeito de passeio 😷😚😆😆😆
ResponderEliminarMinha grande amiga, quando ficares traumatizada com a escadaria, não te esqueças que temos sempre o nosso elevador à tua espera! Bem sabes que não é só o elevador que te espera... Beijinhos enormes🍀🍀🍀
ResponderEliminarEugénia, vou pensar seriamente no assunto e quem sabe, qualquer dia te cruzas comigo nas tuas caminhadas.
EliminarQuanto à Sónia, bem sei que todos os dias olhas a minha cadeira e choras de dor a minha falta (lolol) mas por enquanto esta escadaria está a fascinar-me. É que cada vez que a subo, sinto que ultrapassei um desafio e como sabes, desafios são comigo...