Fiquei muito esperançado quando, no início de Julho, soube que a máquina do SNS – Serviço Nacional de Saúde, iria recomeçar a funcionar.
Assim, fui chamado para uma colonoscopia que teve lugar em 20 de Agosto. Os serviços de gastroenterologia, contudo, esqueceram que o meu caso não era um caso normal o que ocasionou que um ato que deveria durar cerca de 1 hora com sedação, exame e recobro demorasse cerca de 6 horas porque incluiu as seguintes fases: sedação, exame, recobro, clisteres para limpeza do intestino, evacuação intestinal, nova sedação, novo exame e recobro final.
Apesar dos problemas o resultado foi positivo, o que permitiu que passasse a integrar a lista dos intervencionáveis para a cirurgia final de regularização do trânsito intestinal, nome pomposo que mais não significa que, decorrido quase um ano, concretamente 11 meses e 17 dias, iria poder viver sem o “saco” da ileostomia.
Voltando atrás, fui convocado telefonicamente para a cirurgia no dia 13 de Agosto. Assim, no dia 19 de Agosto faria um teste de Covid, seria internado no dia 21 e intervencionado a 22 de Agosto, sábado, às 08H30.
O teste de Covid foi do tipo “drive test”. Nós entramos de carro nos jardins do Hospital de S. João, as enfermeiras recolhem com as zaragatoas o que será examinado dos nossos nariz e garganta sem nós sairmos do carro, e voltamos a sair. A partir desta hora deveria recolher-me em confinamento até ao internamento. Fui examinado cerca das 10H00 e às 18H40 tinha a mensagem no meu telemóvel: NEGATIVO.
Entre 19 e 21 de Agosto preparei-me para a cirurgia, 4 pijamas, artigos de higiene pessoal, um livro do Saramago (A caverna), carregador de telemóvel, garrafa de água e chinelos.
A cirurgia demorou, com recobro, cerca de 2H30 e desde que fui internado até dia 25 de Agosto não pude nem comer nem beber, inclusive água. Comecei a beber água a 26, a beber chá e a comer caldo a 26 e dia 27 ao almoço comi uma papa. Tive alta dia 27 de Agosto às 16H00 e agora, já como de tudo com exceção de frutos secos, vegetais crus e fruta com casca.
Espero que estes meus relatos possam ter insuflado esperança em todos aqueles que sofrem. Vale a pena lutar. Se nós lutarmos quem está ao nosso lado sente-se mais motivado em ajudar-nos e a união entre toda a família e com os amigos é fundamental.
Obrigado pela vossa ajuda. Bem hajam!
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