Avançar para o conteúdo principal

INTERRUPÇÃO NÃO PROGRAMADA

AFINAL A BELEZA VÊ-SE OU LÊ-SE?

 


Quando falamos em beleza pensamos quase sempre naquilo que exteriormente vemos e que, tantas vezes nos capta a atenção e nos provoca associada a reacção expressa por exemplo com um simples comentário como…

“Estás tão bonita/o!”

“Esse vestido ou fato favorece-te, ficas muito elegante!”

Se a tentarmos descrever de uma forma rápida, provavelmente muitos de nós diríamos que… -  Beleza é a perfeição (muitas vezes dentro da “imperfeição” pela sua relatividade) de algo ou alguém que é agradável aos nossos olhos. É algo belo e formoso, supomos.

E, se a beleza se pode ver, de que forma a podemos também ler?

Se pudemos? Pudemos e, muito provavelmente todos sabemos isso. 

Confesso que, para mim muitas vezes o difícil é perceber de que modo… todos nós a possuímos mas, nem todos a manifestamos da mesma forma.

Mas, não resignada de a tentar aprofundar em cada um daqueles que amo, partilho convosco a forma como o tento fazer.

Na maioria das vezes procuro vê-la no olhar que fala como palavras, através das próprias palavras que se fazem ouvir e, muito, mas muito mesmo, através dos gestos.

Os gestos, talvez até mais que as palavras que podemos tentar, a meu ver mais facilmente conter ou ponderar são, quase sempre a voz do coração que não se podendo ouvir se expressa naquele gesto de carinho e/ou amor. São o impulso do abraço, do sorriso (agora com o olhar), do aperto de mão (agora cotovelada), do café que íamos tomar sozinhos mas que, de repente nos lembramos que um colega que aprecia e o faz também, talvez o pudesse gostar de fazer em conjunto. 

No final!?

Depois desta pequena aventura de tentarmos perceber como e quando, descobrimos que o olhar e o coração falam como espelho da alma e que, a beleza quando olhada de dentro para fora se transborda no seu todo.

Irina Cardoso


Comentários

Mensagens populares deste blogue

A MINHA VIAGEM AO JAPÃO

Verdade, fui ao Japão. Verdade, aventurei-me a, depois de 2h30 de viagem para Lisboa, meter-me num outro avião para, durante 7h30, fazer Lisboa-Dubai, e ainda noutro para mais 9h30 até Tóquio. Ainda hoje me pergunto como me aventurei a tal, eu que me arrepio sempre que se fala em viagens de avião. Mas fi-lo e ainda bem!   O Japão nunca foi um país que me despertasse grande interesse, logo uma viagem que, não fosse a minha amiga Manuela, provavelmente não teria feito. Por diversas vezes já lhe agradeci e vou sempre agradecer-lhe ter-me ligado, naquele dia, a dizer-me “… vamos?” Mas, se nada é por acaso, é porque agora é que era a altura certa para a fazer, pois a idade já me permitiu uma plenitude que antes não alcançava. Já regressei há vários dias e ainda não “aterrei” no meu quotidiano. Continuo, a cada minuto, a visualizar imagens, paisagens, gestos e atitudes que me levam ao que, agora, considero um outro mundo. Um outro mundo em que é notório o respeito pelo outro, nomead...

A ARTE, A BELEZA E A GRATIDÃO

  Sou frequentadora assídua da Confeitaria Paulista na Maia, onde a D. Elvira e o Sr. Jorge Mendes (proprietários), fazem questão de nos receber de “braços abertos.” Tomo o meu café e pão com manteiga neste maravilhoso espaço. É um local muito familiar. Um espaço onde nos sentimos muito bem!!!  Somos bem recebidos; Bem tratados; Bem-vindos!!! Sentimo-nos em casa. A D. Elvira faz questão de nos fazer sentir únicos. Há uns dias, tive oportunidade de ver uma autêntica obra de arte saída das mãos do proprietário da Confeitaria Paulista. Trata-se da peça cuja fotografia está a ilustrar esta publicação. Ao ter acesso ao dito quadro, acreditem, que senti ARTE, que senti BELEZA e depois de saber a história que o envolve, senti que ali, existia GRATIDÃO.  Ora o Sr. Jorge Mendes, decidiu pôr mãos à obra e fazer este maravilhoso trabalho em pão. Sim, trata-se de pão e não outro material qualquer. Explicou-me as múltiplas e morosas voltas que este trabalho dá, até chegar ao resultado...

A LOUCURA DO MUNDO

  Tinha decidido que hoje escreveria de novo sobre a minha viagem ao Japão, e que vos contaria algumas peripécias dignas de registo humorístico, daquelas que sempre me acontecem e me divertem ao ponto de querer partilhar com outros, e porque me faz feliz. Faz-me feliz fazer aparecer um sorriso no rosto de quem lê os meus textos, um sorriso que muitas vezes anda escondido e tarda em aparecer. No entanto, nem sempre isso é possível, e hoje não pode ser assim. Hoje tenho de partilhar convosco a minha tristeza, a minha revolta, a minha frustração. Desculpem-me mas terá de ser assim. Logo pela manhã, como habitualmente, abri o rádio para me atualizar acerca do que se passa no nosso país e para além dele, e o que fui ouvindo fez-me decidir que não concluiria o meu texto nos termos em que tinha pensado. Não tinha esse direito perante o que estava a ouvir. Se o fizesse era como se também estivesse a assobiar para o lado perante o horror que me descreviam. Apesar de ser uma peça insignifica...