Olá meu amigo.
Não te escrevo há já algum tempo. Deves estar admirado.
Hoje resolvi tirar uns minutos para te falar de mim. Não posso dizer que esteja bem, nem sequer inspirada para escrever. Sinto-me angustiada, tenho o coração "apertadinho" como se costuma dizer. Não sei se pela idade que tenho, já me custa a relevar certas coisas. Empreendo nelas. Não queria, mas é assim que agora funciono.
Como sabes, e todo o mundo sabe - coisa estranha esta de agora estarmos todos com o mesmo assunto na cabeça a consumir-nos - a COVID-19 tomou conta das nossas vidas. Não te vou falar sobre esta doença, não. Haveria tanto para dizer mas os meios de comunicação social encarregam-se disso. Cada ser humano fica afectado à sua maneira com estas notícias. Eu já chorei. Eu já sorri. A cada segundo, com cada imagem, com cada notícia, eu fico impressionada, arrepiada.
Sabes, tenho muitas saudades dos meus netos. Só os vejo e oiço por vídeo chamada. Estão com os pais em casa. Faz-me falta o seu abraço, os seus beijinhos, as suas perguntas, o seu sorriso. Sei que os pais lhes tem explicado o que se passa, mas como será que eles processam essas informações? Nós, avós, além do medo por sermos de fácil contágio com a COVID-19, estamos privados do contacto com os nossos meninos, com quem todos os dias privávamos.
E tu, meu amigo, quem quer que sejas, onde quer que estejas, tem cuidado contigo. Quando te proteges também estás a proteger os outros. Obrigada por seres cuidadoso e pensares na tua família, nos teus amigos, nos teus vizinhos, nos teus colegas, nos desconhecidos com quem te cruzas. Obrigada. Sê feliz, cuidadoso, respeitador e paciente.
Um abraço desta tua amiga.
E.F.S.
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