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RESULTADO DUMA QUEDA... PARAGEM FORÇADA E OBRIGADA

VIVER COM CANCRO (2)

Como vos disse no meu último testemunho o cancro no reto tinha que ser extirpado através de cirurgia. Como tinha cerca de 29 mm o grupo médico que me segue resolveu que eu me sujeitasse a radioterapia para o tornar menor antes da cirurgia. Como disse, este tratamento durou cinco semanas (de segunda a sexta-feira) e foi complementado com capecitabina para potenciar o tratamento radioterapêutico. No início não custou nada mas com o acumular dos tratamentos tornou-se tormentoso. Vómitos, falta de apetite e diarreia eram uma constante.
Este tratamento terminou em 14 de junho. Voltei a fazer mais 4 semanas só com capecitabina, de meados de julho a meados de agosto. 
No final de agosto fiz a avaliação do tamanho do carcinoma e tinha reduzido para 22 mm. Aí foi agendada a cirurgia para o início de setembro. O cirurgião teve uma conversa comigo e explicou em que consistiria a intervenção. Iria cortar a parte do intestino “doente”, desviar as fezes para um orifício (estoma) no abdómen para, mais tarde, repor o normal curso dos alimentos.
O cirurgião informou-me que, caso as análises posteriores à intervenção fossem negativas, a intervenção para repor a normalidade intestinal teria lugar antes do Natal de 2019.
Fui internado no dia 4 de setembro, à tarde, fiz a preparação necessária para que os intestinos estivessem limpos e fui intervencionado no dia seguinte de manhã.
A intervenção demorou cerca de 5 horas e, após a mesma, fui levado para o serviço de cuidados intensivos para que pudesse recuperar com o acompanhamento médico e do corpo de enfermagem.
Passei a ser um paciente ileostomizado, ou seja, alguém que usa um pequeno saco onde são recolhidas as fezes. Estas têm que ser despejadas de três em três horas e o saco tem que ser mudado de 2 em 2 dias. Estes intervalos são aproximados.
Infelizmente, nas análises posteriores à cirurgia, foram detetados cinco gânglios contaminados o que significava que teria que me submeter a um tratamento de quimioterapia e que só  cerca de um mês depois do final do tratamento seria possível realizar uma colonoscopia para avaliar o estado dos intestinos e realizar a referida intervenção para repor a normalidade. 
A quimioterapia começou em 3 de outubro e vai demorar 5 meses.
Algo que eu pensava que ficava resolvido em 2019 já passou para 2020.
Voltarei a falar deste assunto, na suposição que o meu testemunho pode ajudar alguém.

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