Avançar para o conteúdo principal

RESULTADO DUMA QUEDA... PARAGEM FORÇADA E OBRIGADA

2020

Agora sim. Já me parece uma boa altura para falar do ano 2020. O tal ano redondo.
Não quis fazê-lo antes. Afinal eram inúmeras as considerações sobre o novo ano, a exemplo do que sempre acontece ciclicamente por esta ocasião.
Então aqui estamos nós! Olho-te de frente e, de cabeça e costas erguidas!
Eu não estou habituada a fazer planos para o ano que se segue, em finais de dezembro/inícios de janeiro. Para mim não é nesta altura da passagem de  ano civil em que me dedico a isto.
Eu, habitualmente, tenho estas reflexões, na chamada “rentrée”. Sim, depois de férias, começa para mim um novo ano de trabalho, um novo ano onde tenho de planear as minhas “arrumações” e os momentos em que tenho de “limpar toda a tralha” que fui acumulando…
Quero passar por ti, novo ano,  como sempre,  duma forma correta.  Quero que me ajudes a emendar o que esteve menos bem e que aquilo que por mim passou, se não foram bênçãos, que tenham sido lições. 
Tudo isto é uma incógnita, com exceção da minha forma de estar. Aí, depende muito de mim e da minha envolvente e não, do chamado calendário.
Com o passar dos anos, a lista das inúmeras situações que planeamos e muito desejamos, vai ficando cada vez mais reduzida. Vamos valorizando o valorizável. Vamos tendo cada vez mais os pés assentes na terra. 
Os planos de mudar de casa, de carro, de emprego, etc., passam a coisas como ter saúde, ter paz na família, ter o indispensável para viver com dignidade em detrimento da procura desenfreada de coisas e mais coisas, de marca e não só, que nos satisfazem no momento mas que, após tal impacto, mais cedo ou mais tarde, irão para o “monte” das coisas absolutamente dispensáveis.
Faz-nos bem fazer este exercício. Melhor ainda, quando anotamos, num bloco ou caderno, os nossos objetivos para o ano em curso e, no final do mesmo, vamos verificar o que conseguimos concretizar, o que ficou por fazer e porquê e a importância de alguns dos itens voltarem a fazer parte da nossa lista de objetivos. Este sim é um trabalho que devíamos ter por hábito fazer. Sabe muito bem, olhar para a nossa lista com olhos de ver, e fazer, com rigor, o exercício que atrás referimos. Isto disciplina-nos, faz-nos crescer, obriga-nos a pensar, responsabiliza-nos pelas nossas ambições e concretizações e quem sabe, torna-nos cada vez melhores e mais exigentes.
Desejo que tenham um 2020, o tal ano redondo, em GRANDE!!!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

QUANDO PERCEBES QUE NÃO HÁ VOLTA A DAR

 “A Sra. é tal e qual a minha avozinha. Ela não sai de casa sem os seus adereços. É uma querida, mas muito vaidosa”. É com esta frase que uma jovem técnica me presenteia, enquanto aguarda que eu conclua a tarefa desesperada de tirar os brincos e o colar, cujo fecho teima em não abrir. Eu, a paciente que irá fazer uma radiografia dentária. Ela, a técnica que a fará. Eu, uma mulher madura de 66 anos, convencida, até àquela hora, que em nada os aparentava. Ela uma jovem radiante nos seus 20 e poucos anos de idade. Avozinha? Eu, avozinha e mais ainda, vaidosa…   Reparem que não me comparou à sua avó. Fê-lo em relação à sua avozinha, o que para mim corresponde a bisavó.  Não faço qualquer comentário, mas lembro-me imediatamente do que brinquei com a minha amiga Fernanda, mais velha que eu 3 anos, quando me contou que, após completar os 65 anos de idade, tinha ido comprar o passe mensal para o comboio, e ao querer entregar o cartão de cidadão ao funcionário que a atendia, para que fizesse pr

MERCEDES?

Mercedes? No café em Lisboa, vejo uma senhora já com a sua idade que provavelmente se chama Mercedes, a tratar das cartas que lhe chegaram a casa ou não.  Ao mesmo tempo fuma um cigarro que colocou delicadamente no cinzeiro enquanto organiza as cartas, quiçá mais contas para pagar, outro corte na reforma. Talvez sejam as cartas de um neto emigrado a mandar beijinhos com carinho para não usar o WhatsApp. Acabou de arrumá-las e voltou a pegar no seu cigarro, marca Rothmans. Fuma-o e pensa. Será que pensa nas cartas? No calor que está? No tabaco que está caro? Ou estará a fazer uma retrospetiva da sua vida? Que Lisboa não é a mesma que conheceu; A pensar no seu primeiro amor; No sua avó, no seu avô;  no primeiro gira discos que comprou e que pagou 40 contos? no seu primeiro cigarro? Dá um gole na sua água e acende outro cigarro Rothmans. Estou numa mesa a menos de 3 metros desta senhora que não passa de uma suposição minha que se chama Mercedes. Será feliz? Devo admitir que tem muita clas

EU E OS MEUS TÉNIS PARA QUASE TODAS AS OCASIÕES

  Preciso de uns ténis para todas as ocasiões, ou quase todas, é um pensamento que me ocorre, especialmente quando, por não os ter, tenho de usar sapatos de salto, que me fazem sofrer horrores nas ocasiões que a isso obrigam. Tenho ténis de várias formas e cores, mas faltam-me os tais. Aqueles que vês nas páginas de publicidade das revistas de moda, e que pensas que, um dia, se puderes, os vais comprar. É então que na minha última viagem a Lisboa, passo por uma sapataria, e vejo em destaque, exatamente os ténis com que venho a sonhar desde há muito. Paro de imediato, e procuro ler o preço que está num talão muito pequenino, como que meio envergonhado, junto do artigo pelo qual já me apaixonei. Por este preço nem pensar, só se estivesse doida, penso eu, e sigo em frente, apesar de a algum custo. Nos dias seguintes e porque o trajeto me faz passar diariamente pela mesma sapataria, vou vendo que eles continuam no mesmo sítio. Lindos de morrer… penso eu todos os dias. Mas, por aquele preço