Por razões de rotina, hoje fui fazer uma colheita de sangue a um centro de medicina laboratorial. Dei comigo a observar tudo o que estava à minha volta, enquanto aguardava ser chamada, por algumas das colaboradoras da recepção.
Das nove pessoas que aguardavam ali, oito delas, estavam a olhar para o seu telemóvel enquanto as quatro recepcionistas falavam, “discretamente”, entre si e o tempo continuava a passar…
É curioso, se fosse eu, no lugar das referidas atendedoras, queria era ver aquelas pessoas rapidamente atendidas e dali para fora mas, este não pareceu ser o entendimento, nem o desejo de quem se encontrava a atender.
Mas o mais interessante disto tudo para mim é que as pessoas que aguardavam, não estavam nada preocupadas com esse comportamento. Cada uma delas estava na sua, com o seu telemóvel.
Afinal quando dizemos que andamos todos a correr e stressados, não é bem assim, pelo que pude observar.
Entretanto fui atendida e passei para a sala de espera de colheita. Ali o cenário já era outro. Algumas pessoas já olhavam para o ecrã de televisão que se encontrava a transmitir um dos programas matinais de um dos canais privados de televisão. Umas esboçavam um sorriso com as imagens do momento, outras, continuavam a olhar fixamente sem deixar transparecer sentimento algum e tudo se mantinha tranquilo até que se ouve um grito de desespero, vindo do corredor de exames de radiologia. Todos sentimos que algo de menos bom se estaria a passar. Aguardamos em silêncio. Voltamos a ouvir alguém soltar um grito, dizer que os técnicos de diagnóstico deveriam estar errados e começar a chorar.
Esta situação, deixou-me a pensar profundamente sobre a importância da vida, sobre o comportamento humano e ainda sobre as nossas diferentes formas de estar perante a adversidade.
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