continuação da publicação anterior
Acabo de
deixar-te. Venho ainda muito focada na tua imagem, na tua despedida e na
nossa luta que agora se inicia.
Entro no
elevador, pergunto a uma das pessoas que lá se encontra se me pode informar
onde posso levantar o meu cartão de visitante. Amanhã não quero estar a perder
tempo com este tipo de coisas. De imediato alguém se oferece para me indicar o
local onde deverei dirigir-me, mas, não é tudo. Uma outra pessoa de imediato se
disponibiliza para me acompanhar até lá. Diz-me que lhe aconteceu o mesmo
quando veio internar o seu marido. Achou ser esta a forma que tinha de me
auxiliar, como lhe tinham feito a ela.
Já é segunda
feira. Afinal houve uma alteração na ordem inicialmente prevista para as
cirurgias de hoje.
Às 6H30, via
WhatsApp, recebo uma foto tua, com a seguinte legenda: “Aqui vou eu. Até logo”.
A minha
resposta foi: “Vai com Deus, sempre a proteger-te”.
Não posso
dizer que não fiquei muito aflita e ansiosa. Afinal, tinha sido apanhada de
surpresa no que toca à hora da tua intervenção cirúrgica e também tinha
acordado do meu “sono de vigília”. Praticamente não tinha dormido.
Sensivelmente de hora a hora, consultava o meu relógio. A noite parecia não ter
fim.
Ainda tentei
ligar-te para ouvir a tua voz e dar-te mais força, mas tu já tinhas o telemóvel
desligado.
Mais tarde
liguei para o Hospital para obter mais detalhes, mas foi-me pedido que
voltasse a ligar pelas 12 horas. Aí sim, seguramente já teriam mais informação
para me dar.
Não me
contive. Tomei o meu banho, arranjei-me e fui para o Hospital. Até às 11H45,
pediram-me que aguardasse na sala de espera. Assim fiz. Logo que tive
autorização para entrar, corri desenfreada para o elevador que me levaria até
ao serviço onde estavas internado.
Continua
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